O Diário de Jacareí surpreendeu os leitores afonsinos no último sábado(16). Em razão da crise econômica que assola o Brasil, passará a circular impresso somente uma vez na semana, para tristeza de quem gosta de jornal.
A quebradeira geral não vem de hoje. Começou no Carnaval do ano passado. O desfile das escolas de samba jacareienses foi cancelado por motivo de economia. O dinheiro no cofre da prefeitura já começava a minguar.
O ano novo também deixou de ser recebido com rojões e pirotecnia, pois o dinheiro da festa foi acudir a Santa Casa. Um munícipe mais maldoso perguntou: foi para a santa casa de quem? Quanta maledicência. Santa Casa de Misericórdia, ora bolas!
A crise nem sequer poupou o almoço do funcionalismo público municipal. A jornada de trabalho foi reduzida para seis horas diárias, na tentativa de gerar mais economia ao erário. Além do jejum, o novo horário permitiu ao trem da alegria dos comissionados, movido a vil metal, ir à Avenida Paulista apoiar a permanência do governo inepto e corrupto que gerou essa crise. Dois coelhos brutalmente assassinados com uma só cajadada.
A escassez de frutos na cadeia produtiva alastra-se com rapidez de fogo em mato seco: o JAC, pelo jeito, fechou as portas definitivamente, uma vez que o estádio municipal está praticamente em ruínas e sem perspectiva de reforma. A Schrader Bridgeport, quem diria, também não aguentou e foi à bancarrota. E até mesmo o sempre privilegiado Jacareí Basketball apagou as luzes e encerrou atividades por falta de verba.
Mas pena mesmo eu tenho é dos pacientes oncológicos que aguardam sem tratamento, por conta do cenário sombrio. Para quem tem consciência e humanidade, é impossível deixar de pensar na morte dessas pessoas.
Jacareí sobreviverá? Creio que sim. Ou essa crise fechará a cidade inteira? Tomara que não. Uns e outros dizem por aí e querem fazer acreditar que Jacareí só conheceu competência administrativa depois de 2001. Quanto mais o tempo passa, eu vou perdendo essa ilusão e vejo na janela o mesmo município de antes. Enfim, matemos saudade: os velhos problemas estão de volta.