Com pouco mais de 250 mil habitantes, Jacareí, cravado no Vale do Paraíba paulista, vê-se diante de um momento decisivo, com problemas crônicos semelhantes a várias outras cidades com o mesmo perfil, o que, infelizmente parece longe de acabar. Próximo às eleições gerais de 2026 (outubro), a cidade enfrenta o repetido problema de como garantir que o debate eleitoral esteja à altura e amadurecimento dos desafios reais que a população enfrenta? Alguns deles já nossos velhos conhecidos:

Mobilidade urbana, saúde e habitação continuam sendo gargalos históricos. O crescimento desordenado dos bairros periféricos pressiona a infraestrutura viária e o transporte público, que ainda carece de integração e eficiência. Na saúde, a superlotação das unidades básicas e a dificuldade de acesso a especialistas são queixas recorrentes. Já a habitação popular segue como promessa de campanha que certamente continua e raramente se concretizará.

Outro ponto crítico é a transparência na gestão pública. A população demonstra crescente desconfiança em relação aos compromissos assumidos por candidatos não necessariamente locais, especialmente diante de um cenário de polarização política que se repete em nível nacional. Pesquisas recentes mostram o eleitorado ainda indeciso e desiludido com as opções disponíveis e não cumprimento de promessas básicas.

Além disto, o município precisa se preparar para os impactos das mudanças climáticas, que já se manifestam em forma de repetidas enchentes e ondas de calor mais intensas. A resiliência urbana deve entrar no radar dos futuros gestores, sob pena de Jacareí repetir tragédias que poderiam ser evitadas com planejamento adequado.

Com a aproximação das eleições, é fundamental que o debate público vá além de slogans e promessas genéricas. A cidade precisa de propostas concretas, viáveis e fiscalizáveis. O futuro da população não pode ser decidido apenas nas urnas — ele começa agora, na forma como escolhemos discutir e cobrar soluções.

É a nossa opinião.