Segunda, 30 Junho 2025

A Guerra está longe, mas o Medo mora perto

Editorialpolítica internacional

A Guerra está longe, mas o Medo mora perto

Temer é sinal de consciência. É prova de que, mesmo longe, nos importamos com o destino comum da humanidade.

A milhares de quilômetros do Oriente Médio, em cidades pacatas do interior do Brasil, o medo de uma guerra nuclear parece, à primeira vista, desproporcional. Afinal, por que um conflito entre potências distantes, em região marcada por disputas históricas, deveria tirar o sono de quem vive em Jacareí ou em qualquer outro canto do país que nunca viu um míssil cruzar seus céus?

Resposta simples embora profundamente inquietante: por que o mundo de hoje é interconectado, interdependente e vulnerável como nunca antes.

A atual escalada entre Israel, Irã e Estados Unidos, com ataques a instalações nucleares e ameaças de retaliação, reacende o temor de um confronto de proporções catastróficas. Uma guerra nuclear não respeita fronteiras. Seus efeitos - ambientais, econômicos, sociais e psicológicos - espalham-se como ondas sísmicas, atingindo até os lugares mais distantes do epicentro.

O impacto econômico é imediato: o preço do petróleo dispara, o custo dos combustíveis sobe, a inflação se alastra. O Brasil, grande importador de petróleo, sente no bolso o reflexo de cada explosão do outro lado do mundo. Mas há também o medo mais sutil, mais profundo: o medo de que a humanidade esteja à beira de um abismo irreversível, de que a diplomacia ceda lugar à destruição, de que o futuro seja sequestrado por decisões tomadas em gabinetes distantes.

Além disto, a ameaça nuclear carrega um simbolismo aterrador. Ela nos lembra que ainda vivemos à sombra de armas capazes de aniquilar civilizações inteiras; isto, por si só, é suficiente para gerar angústia - mesmo em quem nunca viu uma guerra de perto.

Assim, temer é sinal de consciência. É prova de que, mesmo longe, nos importamos com o destino comum da humanidade. E é justamente essa empatia global que pode (e deve) nos mover a exigir dos líderes mundiais mais diálogo, mais responsabilidade e menos pólvora.

É a nossa opinião. 

 

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