Previsível que, no Mês da Mulher, articulistas escrevam majoritariamente panegíricos sobre a mulher. Nossa coluna é democrática, plural e tem a sensibilidade de entender que muitos homens não gostem de mulher, nem mesmo da genitora. Fazer o quê? Mas esses filhos da mãe haverão de ter paciência, pois hoje invariavelmente trataremos desse tema maravilhoso que é a mulher.
No Dia Internacional da Mulher, separei um horário na agenda profissional para homenagear o universo feminino que conspira pelo progresso do mundo, e fui assistir à palestra 'A Mulher Como Ponto de Equilíbrio Familiar em Tempos de Crise', no SEST/SENAT, ministrada com rútilo pela coordenadora da instituição, a psicóloga Sheila Rocha.
A estrutura da entidade sediada às margens da Via Dutra é portentosa. Aquela mescla de pré-moldados sem requififes com colunatas férreas azul-marinho pode parecer à primeira vista capaz de inibir os homens de têmpera mais imbele, entretanto foi sítio ideal ao acolhimento do reduzido público feminino presente, o rijo peitoral hirsuto onde nossas valquírias e amazonas do transporte profissional afonsino placidamente repousaram com segurança seus delicados toutiços.
Pela desenvoltura da prédica, manejada com modulação perfeita de voz, pleno domínio da atenção da plateia e gestos impecavelmente calculados para cabal transmissão do conteúdo, logo notei que a sagaz palestrante era professora.
Curiosamente, eu não era o único homem no local. Atraídos pelo fascinante tema, alguns funcionários da entidade pararam para ouvir a palestra. Eu mesmo deveria ter levado minha professora de piano.
Nela aprendi, dentre outros aspectos, que o desemprego involuntário remete o homem a um período de luto putativo que dura no mínimo 21 dias, quando não até quatro meses. Nesse período de treva mental, o apoio uxório é indispensável, assinalou a orientadora.
Após a alocução, fizemos uma breve aula de ginástica laboral. Veio a calhar, pois havia um participante que se exercitara pela última vez treze anos atrás, um abuso de sedentarismo. Derradeiramente, ganhei uma caneta e uma cartilha de saúde da mulher, com orientações até de controle do número de filhos, extraídas do Manual de Planejamento Familiar da Prefeitura de Boqueirão do Leão/RS, segundo consta da bibliografia.