A importância da religião transcende o aspecto espiritual e contribui para o aprimoramento social em pelo menos seis aspectos destacados: deontológico, cultural, histórico, turístico, médico e científico.
A crença no Ser Supremo que rege o triunfo universal da bondade criou um arcabouço indispensável à convivência humana inspirada em princípios éticos e regras morais.
Do ponto de vista cultural, testemunhas de Jeová editam em quase todas as línguas do mundo duas revistas (Sentinela e Despertai) com interessantes artigos sobre a Bíblia e variados assuntos que enriquecem o conhecimento.
Os mórmons são responsáveis pelo maior arquivo genealógico do mundo. Quem deseja montar sua árvore familiar e conhecer seus ancestrais até incontáveis gerações dela se socorre em consulta, um verdadeiro monumento à preservação histórica.
As religiões de raízes africanas (como candomblé e umbanda) atraem ao Brasil milhares de turistas interessados em conhecer a expressão de nossa espiritualidade singular, a aura mística do povo brasileiro, o que faz de Salvador o segundo maior destino de visitantes estrangeiros.
Sem desdouro aos avanços da medicina, a fé move montanhas e remove doenças. Basta acreditar. Diversos estudos seríssimos comprovam que a oração desencadeia efeito curativo para o enfermo que a recebe, e, de quebra, traz benefícios físicos e psicológicos a quem a faz.
Muitos filósofos de botequim conferem às religiões a responsabilidade pelo atraso mundial, mas a verdade é que contribuem enormemente para o progresso da ciência: a descoberta da genética foi obra de um padre (Mendel) e ocorreu dentre de um monastério, assim como a construção das catedrais medievais gerou um avanço incomensurável às técnicas de engenharia civil.
A nação brasileira é invejada pela miscigenação de etnias e culturas. Nossos evangélicos promovem curas mediúnicas, a Padroeira do Brasil tem linda pele de ébano e os centros espíritas se inspiraram na praticidade protestante para complementarem a beneficência com prestação de serviços e cidadania.
Enfim, o sincretismo religioso faz do Brasil um país culturalmente único, realmente privilegiado por Deus e destacado em calor humano. Temos de mantê-lo, em benefício da sociedade. As autoridades públicas precisam combater exemplarmente a intolerância religiosa que ameaça a liberdade de crença.