Ano a ano, lastimavelmente, são mais frequentes os casos de assassinatos em escolas brasileiras, sem adoção de medidas efetivas para aprimorar a segurança de alunos e professores.
Nem todas as ocorrências empregam arma de fogo ou envolvem alunos vingativos. Em 2017, lunático incendiou creche em Goiás. Ano passado, pelo Dia das Mães, uma das homenageadas alvejou assaltante.
Para explicar o inaceitável, muitos perigos foram aventados - corrida armamentista, jogos eletrônicos violentos, desagregação familiar, descaso com o bullying.
Cogitou-se até de ser culpa da sociedade como um todo, generalização injusta com tantos promotores da paz. Só não responsabilizaram o desuso do uniforme escolar.
Ao crepúsculo do Regime Militar, respiraram as escolas o inebriante gás da liberdade ilimitada. Regras e normas ganharam pecha de imposição e autoritarismo.
Hierarquia educacional passou a ser considerada irracionalidade. Horários e códigos de conduta tornaram-se negociáveis. Qualquer regra proposta é ditadura. Vestibulares decisivos traumatizam e provas árduas são mecanismos dominadores.
Em escolas públicas, métodos inovadores toleraram construtivamente a ignorância como prólogo do conhecimento. Na concorrência acirrada dos colégios particulares, pais são clientes repletos de razão e os alunos consumidores a serem satisfeitos.
A chancela legal do Estatuto da Criança e do Adolescente amplificou irrefletidamente direitos e faculdades a jovens imaturos para tantos desafios propostos.
Trocaram o Hino Nacional e a iniciação religiosa por funk, orientações sexuais questionáveis e permissivas idiossincrasias discentes. Daí à instalação da violência, pornografia e tráfico de drogas foi um pulinho só.
O afrouxamento dos códigos morais confunde os parâmetros de convivência social saudável de pubescentes ainda em formação, despreparados para discernir situações complexas de responsabilidade.
Com o problema instalado, será duro reverter essa cultura permissiva. Há resistência até por parte de alguns educadores, inconscientes da origem remota dos fatores que o causam.
O uso de uniforme escolar até o final do ensino médio é providência fundamental para inspetores de alunos e seguranças rapidamente identificarem visitantes inesperados e adotarem medidas preventivas.
Ginasianos pelo menos usam uniforme, colegiais nem isso. Resta aos gestores perderem o medo de contrariar o politicamente correto e reanalisar questões como essa, e outras como a aprovação automática.