Está em cartaz até 22 de outubro, na entrada do Parque da Cidade, a imperdível exposição fotográfica Aves do Sudeste, do jacareiense José Jarbas Porto de Mattos Neto.
Nosso conterrâneo é professor, biólogo e um dos principais fotógrafos ornitológicos do Brasil, especialista na difícil arte de fotografar beija-flor em pleno voo.
Vinte fotografias compõem a mostra. Cada imagem demonstra a adoração da Natureza pelo artista. Com toda razão, afinal Deus criou um plano perfeito para a vida em suas mais diferentes formas.
O lançamento da exposição ocorreu na noite da última quinta-feira, na sala de vidro da marquise, com direito a faixa amarela decorativa, acepipes variados e coquetéis sem álcool.
Uma frequência eclética lotou a festa. Autoridades públicas, membros operativos do staff municipal, estudantes de esquerda, ativistas ecológicos, cantores sertanejos e até a mocinha do correio elogiaram entusiasticamente as fotos e ouviram sarapantados as histórias extraordinárias de Jarbas Mattos em suas andanças pela selva atrás de um sorriso estampado no rosto do passarinho.
O nonagenário professor José Carlos Cruz, que já foi 57 vezes para o Pantanal, também estava lá para abrilhantar o evento. Gostou tanto da exposição que se animou e prometeu descortinar aos olhos do público afonsino os notáveis quadros e esculturas que ultimamente anda a fazer.
Uma das fotos merece destaque especial, a da Mariquinha, tirada em Jacareí, na ponte do Bom Jesus. O retrato da delicada ave é tão perfeito, que nem parece ter sido registrado de improviso.
Algumas fotos têm homogêneo cenário negro, o que destaca ainda mais a rica plumagem dos animais, como a da Arara Vermelha. Curiosamente, não foram tiradas à noite, muito menos com uso de fundo artificial. O efeito é fruto de mero jogo de sombra, pura expertise do fotógrafo.
Quase na despedida, a pose imponente do sanhaço cinzento ganhava suaves contornos impressionistas graças ao pontilhado colorido do fundo em desfoque, a técnica nipônica Bokeh.
Morada de pássaro é no céu e nas copas do arvoredo. Perdoem-me, aprisionar essas criaturas é hábito de mente atrasada. Quem quisesse para si deveria guardar uma foto como as de Jarbas Mattos.