Depois do futebol, da bola ao cesto e do rugby, o esporte mais praticado em Jacareí é a reclamação. O povo queixa-se de tudo, até mesmo do que ainda não aconteceu.
Um exemplo da assertiva acima foi o anúncio das faixas de ônibus no centro da cidade. Antes mesmo de sua instalação, soavam na internet as cornetas dos arautos do apocalipse.
Passado um mês de funcionamento do sistema, a questão que prometia gerar congestionamentos gigantescos caiu no esquecimento. O trânsito de automóveis continua a fluir normalmente nos horários de pico.
A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana agiu com acerto ao conferir certa flexibilidade ao tema, notadamente na mescla de compartilhamento de faixa nos trechos de gargalo.
A limitação do dispositivo a seis horas do dia (metade pela manhã e outra à tardezinha) também foi um trunfo dos solertes, pois racionaliza e dinamiza o uso da via pública.
O senão da raia foi constatar que falta ônibus em Jacareí. Em certos momentos do cair da tarde, o corredor da Avenida Siqueira Campos chega a ostentar até dois quarteirões vazios.
Atualmente, o nó górdio do tráfego está na esquina do 1º DP. Há fluxo intenso de veículos nos dois sentidos do cruzamento, que nem mesmo os intervalos longos do semáforo parecem fazer frente.
Aliás, inclusive por exigências de segurança pública, já passou da hora de ser desativada a cadeia que funciona no local. Parece que pouco ou quase nada se aprendeu e evoluiu com a tragédia de 1981. O sonho da população é que a construção da terceira ponte e de novas avenidas cruzando paralelamente o mapa da cidade seja o bálsamo que amenize a dificuldade dos motoristas que transitam pela área.
Censores de pijama usam e abusam das redes sociais para reclamar incessantemente. Agiram igual em gestões anteriores, por exemplo, quando se suprimiu o estacionamento em vias centrais movimentadas.
As audiências públicas e canais institucionais estão abertos ao recebimento de sugestões, mas o exercício responsável da cidadania exige análise refletida.
Em vez de taramelar opiniões precipitadamente, é preciso valorizar o estudo aprofundado das questões relevantes à cidade.