A polarização política entre conservadores e progressistas é fenômeno perceptível na sociedade brasileira. Embora muitas pessoas lamentem e vislumbrem uma nação ideologicamente dividida, o fato é de positivo amadurecimento político.
O pluripartidarismo tupiniquim desvirtuou-se em legendas de aluguel, cuja missão era apenas a vazia personificação de seus próprios líderes, inadequado critério para o sistema representativo de eleição parlamentar.
Já faz pelo menos quatro eleições em que seria dispensável segundo turno para Presidente da República. O tira-teima eleitoral tem elevado custo aos cofres públicos. O cenário ficou ainda mais evidente agora com as turmas do Ele Sim e do Ele Não.
No presente pleito, o segundo turno parece adequado apenas na escolha do Governador paulista, pois três candidatos surgem nas (pouco confiáveis) pesquisas com palpável oportunidade de vitória. Parece ameaçada a hegemonia que vigora desde 1982, ano da redemocratização. Desde então, o cauteloso eleitorado paulista só reelegeu herdeiros do antigo MDB.
Para o cidadão, complicada mesmo é a eleição para Senador. Se já seria difícil garimpar um nome competente, honesto e comprometido com o desenvolvimento do Brasil, a tarefa de arrumar um segundo é praticamente impossível. A representação por Estado deveria ser unitária, não tripla.
Proliferam os jacareienses postulantes a Deputado Federal e Estadual. Candidatos nanicos, sem chance alguma. Nem se dão ao trabalho de montar plataforma. O discurso morre no chavão 'trabalharei por Jacareí e região'. O odor é de candidaturas caça-níqueis, aquelas remuneradas por voto amealhado para a legenda e seus coronéis. Lamentável!
Voltando à corrida presidencial, até mesmo a imprensa se deixou levar pela onda das paixões políticas. A miragem do jornalismo imparcial desapareceu de vez. Enquanto uma rádio de alcance nacional e pan-americano adotou evidentemente um lado do discurso, um grupo de jornal, internet e pesquisa eleitoral virou a folha e está evidentemente com a maré vermelha.
É nesta hora que sobressai a tradição do Diário de Jacareí, que ainda pratica o bom e velho hábito de procurar informar o leitor, sem laivos proselitistas. O citadino tem sua opinião, não busca ser convencido a votar num ou noutro. Busca dados e quer notícia, simplesmente.