Em uma galeria de "filhos brilhantes" não podem faltar mestres do passado. Professores deixam marcas profundas na lembrança de seus discípulos pela capacidade diferenciada de ensinar e de agir com palavras ou gestos de conduta. Conheci um professor de cursinho que entrava na sala de aula, espalmava a lousa e dizia em tom vibrante: "meus amigos e colegas acadêmicos, o que vamos ver hoje, nesta lousa, jamais será esquecido" e ministrava a aula com ênfase nas palavras principais. Convencia os alunos de que já estavam no mesmo nível acadêmico do professor e que a matéria jamais seria esquecida, principalmente nas provas. E assim acontecia.
Em Jacareí, tivemos muitos professores assim, que traziam os alunos para perto de si. Dentre os mais lembrados, um deles foi o professor José Simplício, que na sala de aula se misturava aos alunos, com linguagem acessível e postura de igualdade, sem nunca perder a liderança. Ele cativava para ensinar.
Outro, o professor Mário Moraes. Como diretor, revolucionou o ensino básico na cidade, com sua postura de administrador e lealdade que encantavam professores e alunos sob sua direção. Ele praticou no Grupo Escolar Carlos Porto o ensino considerado padrão para as demais escolas. Foi levado para o Lamartine Delamare (preventório) para reorganizar a escola que estava em pedaços. Outro diretor, Hugo Del Mônaco, resolvia as dificuldades com seus comandados pela fala mansa, firmeza, autoridade e capacidade de resolução. Assim como ele, o professor Décio Moreira e outros da época, sem esquecer Philomena Pinheiro, que sem ser diretora granjeava a estima e confiança dos seus alunos, com seu modo interativo.
Todos marcaram seu tempo com gestos de autenticidade e grandeza, deixaram-nos, além dos princípios de liderança a ideia de que não basta fazer, é preciso ser, representar o que deseja ensinar.
(Texto de Geraldo José da Silva)