Seleção Brasileira na Copa de 2022
Comentaristas deveriam ser menos torcedores apaixonados e analisar a situação com mais objetividade.
Encerrada a participação do Brasil na Copa do Mundo do Catar, uma avalanche de críticas soterrou o técnico previamente demissionário Tite, que foi teimoso demais em convocar Daniel Alves, e o jogador Fred, que subiu demais ao ataque quando não precisava.
No entanto, passados alguns dias, com cabeça mais fria, os comentaristas deveriam ser menos torcedores apaixonados e analisar a situação com mais objetividade, pois existiram pontos positivos na passagem dos canarinhos pelo Oriente Médio.
A seleção brasileira disputou cinco partidas no total. A primeira delas foi contra a Sérvia e os onze atletas nacionais apresentaram bom desempenho no combate à força física adversária. Já no segundo e no terceiro jogo, os rapazes não foram tão bem assim.
Mas veio o quarto jogo. As oitavas-de-final eram eliminatórias e nosso grupo atuou muito bem, goleando a equipe oponente. Viu-se um futebol vistoso, uma estratégia ofensiva, executada com arte, bem ao estilo brasileiro de jogar futebol, o que encantou a plateia.
Contudo, a taça que embriaga é a mesma que envenena. O oba-oba dominou a coletividade. Dancinhas coreografadas, muitos cabelos descoloridos, novas tatuagens, jantares nababescos e uma profusão de pernas constrangedoramente depiladas. Até o treinador entrou na farra.
A concentração para a partida seguinte não foi a mesma. Quem pensou que seria fácil se surpreendeu. Pegamos do outro lado os vice-campeões mundiais, uma seleção que jogou de igual para igual com os garotos dourados.
O empate seria o placar mais justo, e foi exatamente assim que terminou o placar da batalha. Nos pênaltis, prevaleceu o guarda-metas croata, que na fase anterior já tinha defendido três penalidades máximas nipônicas. Ou seja, meio que deu a lógica.
Mas vá explicar isso para a torcida. Tudo que querem é a cabeça de alguns culpados eleitos. Perdemos no detalhe, assim como poderíamos ter vencido, noutra oportunidade, qualquer um dos que avançaram à semifinal. Crianças voltaram a chorar a desclassificação.
O selecionado estilo Nike não mexia com a emoção do torcedor há 20 anos. Logo, houve uma melhora, a retomada do caminho que nos fará replicar aquele timaço mágico de 1982.
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