A lenta agonia lusitana
Grandes craques foram formados na Lusa. Djalma Santos, Eneas, Dener e Sinval foram alguns deles.
A Portuguesa de Desportos já foi gigante, há não muito tempo. Com um erro de contagem dos pênaltis, sagrou-se cocampeã paulista de 1973. Duas décadas seguintes, obteve honroso vice-campeonato brasileiro.
Grandes craques foram formados na Lusa. Djalma Santos, Eneas, Dener e Sinval foram alguns deles. Porém, de uns anos para cá, a agremiação passa por turbulências administrativas e percalços financeiros.
Um rebaixamento suspeitíssimo da elite brasileira em direção ao fundo do poço foi a gota d'água para que o time mais ilustre da colônia lusitana sumisse do píncaro futebolístico nacional.
Para lembrar da Lusa ao grande público, resta o estádio do Canindé, imponente monumento de concreto às margens do Rio Tietê, com suas arquibancadas invariavelmente vazias, no Bairro do Pari, na Capital.
A Portuguesa disputa atualmente a Copa Paulista, certame criado pela Federação Estadual para que os times do interior e de menor expressão no catálogo qualitativo não passem o segundo semestre na inatividade.
No último final de semana, a equipe recebeu no Canindé, como adversário, outro colosso moribundo, o São Caetano, segundo lugar na Copa Libertadores de 2002, com ingressos facilmente adquiridos pela internet.
De perto, o cenário em torno do estádio é ainda mais desolador. Falta manutenção, existe mais mato que jardim, há sujeira por todo lado escondida por tapumes metálicos.
Os vários portões do Canindé estão unanimemente tomados pela ferrugem. Com quase todos trancados, os torcedores entram todos por uma só passagem e se concentram apenas numa metade do círculo ovalado.
Chega-se facilmente à conclusão de que somente com muito boa vontade do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Prefeitura é que o local continua a receber eventos oficiais com fluxo de público.
Lá dentro, a visão é menos ruim. Reina um clima de básico bem-feito. Degraus pintados, alambrado em bom estado e gramado cuidado. Faltam refrigerante e picolé, mas se vendem água e amendoim.
Na saída, uma pequena loja vende produtos oficiais.
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