O Filho Brilhante de Jacareí, professor Benedicto Sérgio Lencioni, está com novo livro na praça, no qual presta justa homenagem a 34 cavalheiros que a pedido das respectivas mulheres fundaram Jacareí. Esqueçamos Antônio Afonso. Lencioni não segura muito para dizer que o cantado bandeirante 'nunca esteve em Jacareí', para sermos fiéis à verdade.

A palavra 'fiéis' aqui é apropriada. A fidelidade das mães jacareiense aos ritos católicos, ainda segundo o eminente professor, transformou o amontoado de casas humildes da paragem ribeirinha na Vila de Nossa Senhora da Conceição do Rio Paraíba, que mais tarde tornou-se Jacarehy e, finalmente, Jacareí.

A grande novidade é que se revela é mais uma data oficial. Jacareí tivera sua fundação em 24 de novembro de 1653. Agora é definitivo, não apenas 'a data da vez'. Os historiadores ficam nos devendo – ainda assim – os nomes das fundadoras e dos fundadores, tarefa bem mais difícil de ser realizada, convenhamos.

Então, tudo começou por causa da pressão das mães residentes no vilarejo que não tinham facilidade em batizar os filhos em número cada vez mais crescente na medida em que aumentava a quantidade dos nascituros. O medo que estas crianças viessem a morrer sem serem batizadas ('pagãs', dizia-se na época), originou numa pressão bem sucedida junto aos maridos para que se tornasse Vila.

Na condição de Vila, haveria um padre o tempo todo à disposição não apenas para batismo, mas para a celebração dos ritos católicos, então religião oficial. O movimento deu resultado, as autoridades de Mogi das Cruzes enviaram emissários para estudar a possibilidade de atender aos pedidos. Assim foi feito e no dia 24 de novembro nasce a Grande Filha Brilhante da região e que um dia iria se tornar o Vale do Paraíba.

O grande trunfo dos historiadores é que essa movimentação das mães fora lavrada em ata que se encontra à disposição nos anais dos arquivos correspondentes.