'Gente' peluda
A médica veterinária de Jacareí, Dra. Daniela Nunes Guimarães, explica sua forma de encarar a questão.
No início da década de 1990, flagrado ao levar a cadela Orca ao veterinário em carro oficial, o então ministro do Trabalho Antônio Rogério Magri afirmou em sua defesa que 'cachorro também é ser humano'. Uns 15 anos depois, em São Paulo, um marido em separação conjugal obteve ganho de causa contra a mulher que não lhe permitia visitar periodicamente a cadelinha Kimi, sua paixão. A ex-esposa obtivera a 'guarda' do animalzinho. O fato, no todo, dava certa razão a Magri.
Mas, há controvérsias. A médica veterinária de Jacareí, Dra. Daniela Nunes Guimarães, explica sua forma de encarar a questão: 'grande parte das pessoas que adotam um animal para sua companhia não se preocupa em inteirar-se de como tratá-lo segundo a espécie'. Segundo ela, cada grupo necessita de uma rotina específica na convivência com humanos; 'isto é fundamental', diz.
Um cão – exemplifica – não deve ser tratado como um gato e vice-versa, nem mesmo no que se refere à alimentação, por exemplo. Os gatos possuem sistema digestivo diferente de um cão e, 'por isto, somente um tipo determinado de ração (o premium) lhe deve ser administrado para evitar problemas renais muito comuns à espécie', explica a veterinária.
A forma de relacionamento é também fator importante. Os cães, espécie domesticada há milênios, vivem em matilhas (agrupamentos específicos) mesmo que apenas em consciência. 'Por isto, precisam de um líder' – adverte. Daniela explica que se ninguém o dominar em uma casa 'ele assume o comando à maneira própria, e daí a convivência com o animal será imprevisível.
Veterinária há 13 anos, Daniela explica que hoje todos os problemas são fáceis de contornar desde que se tenha consciência deles. É otimista quanto a ocorrência de melhora constante nos relacionamento humano-animal, jornada em que os cães lideram disparadamente até pelo tempo maior de convivência entre eles.
'Felizmente, veterinários estamos hoje bem preparados para orientar corretamente quem optar pela adoção de um filho peludo', para alegria de ambos.
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