A Justiça, o Congresso e até mesmo o Executivo enfrentam críticas intensas, até externas, muitas vezes infundadas, que arranham sua legitimidade.
Nos últimos anos, o país tem testemunhado uma série de acontecimentos que revelam o caminho perigoso que a política vem trilhando. Uma das principais preocupações que predominam é a crescente desconfiança nas instituições democráticas ante o cenário político que passa por um período jamais exibido. Marcado por uma realidade curiosa e preocupante, tensões e polarizações que ameaçam a estabilidade democrática, a cena eleitoral de 2024 pode ser entendida como no mínimo destrambelhada.
A Justiça, o Congresso e até mesmo o Executivo enfrentam críticas intensas, até externas, muitas vezes infundadas, que arranham sua legitimidade. Quando a população começa a duvidar da eficácia e da imparcialidade dessas instituições, abre-se espaço para a instabilidade política e o autoritarismo. Isto é o que preocupa. Além disto, a disseminação da praga das notícias falsas e teorias da conspiração, especialmente nas redes sociais, contribuem para agravar o cenário, gerando divisões e fomentando o ódio.
Outro fator preocupante é o enfraquecimento do diálogo entre os diferentes setores da sociedade. Em vez de buscar consenso e cooperação, a maioria dos políticos e líderes adota posturas de confronto, alimentando a polarização, o que resulta em um ambiente hostil, onde o debate saudável é substituído por ataques pessoais e uma retórica inflamatória. A perda do diálogo compromete o desenvolvimento de políticas públicas eficazes e inclusivas, prejudica a população e enfraquece a democracia; vimos isto no primeiro turno eleitoral.
Além disto, a atuação de figuras populistas agrava o cenário. Tais lideranças exploram o descontentamento popular, prometendo soluções rápidas e simplistas para problemas complexos. Ao apelar para tais emoções e ignorar o debate racional, esses líderes apontam a governança e a direção do país a um caminho de instabilidade.
É crucial que a sociedade brasileira reflita sobre os rumores de sua política e busque, no segundo turno, mirar em caminhos que valorizem o respeito às instituições e o diálogo construtivo. Ainda é tempo.
É a nossa opinião.