SOS Petrópolis
O grupo situacionista brasileiro é mais que fiel, extrapola as raias do fanatismo.
Semana passada, o Presidente francês esteve na Rússia e foi recebido com frieza. O mandachuva soviético (sim, ele é um legítimo representante dos tempos da KGB) escanteou-o à distância, ouviu com desdém o que o visitante tinha para dizer e não arredou pé de sua intenção de invadir a Ucrânia.
Dias depois, lá desembarcou o Chefe do Executivo tupiniquim e o tratamento mudou da água para o vinho. Foi recebido calorosamente pelo líder siberiano, com aperto de mão, abraço à brasileira e cadeiras próximas (uma exceção aberta pelo anfitrião no cenário pandêmico).
Enquanto declarações de Ministros do TSE sobre o risco de ataque hacker eleitoral criavam um climão para o mandatário verde-amarelo nas tundras, a visita serviu para ampliar a relação comercial entre os dois países, sobretudo no barateamento dos fertilizantes.
O grupo situacionista brasileiro é mais que fiel, extrapola as raias do fanatismo. Tem gente que garante que a Rússia retirou parte de suas tropas da fronteira ucraniana graças à intervenção da diplomacia brasileira e à visita ultimada na semana que passou.
A verdade é que o final da Guerra Fria foi apenas um capítulo e não o epílogo do drama nuclear. Ao contrário, essa novela ganha a cada dia mais contornos de dramaticidade. Antigamente, o botão vermelho estava sob responsabilidade de duas potências mundiais.
Hoje não, existe pelo menos uma dúzia de insanos ditadores com acesso ao mecanismo detonador capaz de mandar o planeta inteiro pelos ares, mas a população em geral (mesmo a camada paz e amor da ilha paulistana da fantasia) parece alheia às circunstâncias angustiantes.
Os pacifistas atuais querem somente menu vegano, tratamento humanizado para pets, todo tipo de regalia para minorias, banheiro unissex, vacinar à força crianças indefesas e mascarar por prazo indeterminado quem trabalha para sobreviver ou exerce qualquer atividade produtiva.
Enquanto pouco se pode fazer para salvar o mundo, pelos menos em Jacareí, ainda tem gente verdadeiramente preocupada com o próximo, e não empenhada em depredar igrejas. O Rotary Oeste arrecada mantimentos e objetos para as vítimas da enchente de Petrópolis. Doações podem ser entregues na Escola Livre de Música.
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