Dissabores praianos
O apetite dos predadores não é o único problema que aflige os banhistas.
Com a despedida do inverno, as primeiras estratégias de aprimoramento pessoal para o verão começam a despontar no universo das pessoas comuns, em breve transformadas em turistas.
Surgem renovações de guarda-roupas, matrículas prematuras em academias de ginástica e musculação, agendamento de consultas em nutricionistas e médicos endocrinologistas, dietas radicais e milagrosas.
Chega-se até as raias das medidas extremas, com radicais estéticos apelando para o bisturi. Vale tudo para chegar com garbo e beleza na praia, em trajes de banho sumários denunciantes da boa forma física.
Entretanto, todo esse esforço e investimento pode ir (literalmente) por água abaixo com o ataque de tubarões. Esse tipo de tragédia aumentou 40% no ano passado e o Brasil é o 3º maior foco de incidência das dentadas.
Aqui pertinho, em Ubatuba, somente em novembro do ano passado, foram registrados dois ataques no período de uma quinzena. Pelo menos mais duas ocorrências foram registradas até o Carnaval.
O apetite dos predadores não é o único problema que aflige os banhistas. Os casos de criança perdida na praia aumentam drasticamente. Em janeiro, foram 83. A média era de 900 por ano. Isso só no litoral paulista.
Recomenda-se aos frequentadores que coloquem a criança nos ombros e batam palmas, para atrair a atenção dos pais que, uma hora ou outra, darão pela falta e sairão em busca do petiz.
Não bastassem os tubarões famintos e as crianças perdidas, também se corre risco de luto por afogamento. Em março, um homem de 25 anos se afogou em Caraguatatuba, na praia de Massaguaçu. Dois meses depois, um jovem de 19 anos morreu dessa forma na praia do Lázaro, em Ubatuba.
Nas águas salgadas do litoral de São Paulo, morre mais de uma pessoa por semana. A faixa etária média das vítimas é da idade de Cristo. Ou seja, contra a força das marés, nem mesmo o viço da juventude é suficiente.
Mas se o estrategista de Projeto Verão sobreviver a ataques de tubarão, perda de crianças na areia e afogamentos, nem por isso está garantido, pois há também o risco de arrastões, dentre outros.
Portanto, fique ligado.
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