Repercutiu muito mal o ato racista praticado na Espanha, na semana passada, durante a partida de futebol entre Valência e o Real Madrid, em que o jogador Vinícius Junior foi ofendido por torcedores valencianos e, a seguir, expulso de campo por ter reagido às ofensas trocando insultos com os ofensores. Em razão do mal-estar provocado mundo a fora nos esportistas, a punição ao jogador foi posteriormente cancelada. Apesar disto e de vários outros atos de solidariedade serem registrados, a ferida ainda não cicatrizou.

Entretanto, trouxe ao noticiário a constatação de que a ofensa da torcida espanhola com quem defendia a camisa de um time de futebol da própria Espanha, não é raro nem lá nem tão pouco em boa parte do mundo, inclusive em nosso país.

Para se ter uma ideia, só em 2021 foram registrados 64 casos de racismo explícito no Brasil, o que representa um vergonhoso aumento de 106% em relação ao ano anterior (2020), quando o Relatório da Discriminação Racial no futebol registrara 31 casos.

Neste 2023, só até maio, já foram vistos atos deste tipo em quantidades iguais às de todo o ano passado inteiro. Estes dados foram divulgados na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na segunda-feira (22), durante o Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol.

Segundo a própria CBF, as agressões racistas sempre estiveram presentes nesse esporte preferido pelos brasileiros. O primeiro clube de futebol profissional do Brasil foi fundado no ano 1900 e, praticamente, desde lá o racismo tem sido uma presença constante e crescente. Só existe um registro de baixa, nos anos do protagonismo da Covid-19, mas tudo aponta que deverá voltar a crescer.

Racismo é um abominável ato de violência, tal qual outros acontecimentos brutais registrados com preocupante frequência no futebol mundial tanto por parte dos jogadores quanto por membros das torcidas, e tudo indica estar ainda longe de ser banido. Infelizmente.

É a nossa opinião.