As incertezas e as hienas institucionais
Não se vê posicionamento oficial seguro para enfrentamento da crise
Parte do poder no Brasil é dominada e exercida por 'profissionais tarimbados na arte da dissimulação'. Nunca este país viveu confusão tão assustadora. Em meio à pior experiência que nos ameaça a saúde e a vida, não se vê posicionamento oficial seguro para enfrentamento da crise. Brasília, principalmente, mostra-se incapaz de transmitir um mínimo de tranquilidade que nos aponte para dias melhores em curto prazo.
Não temos ministro da saúde definitivo. No geral, poucos podem dizer-se seguros em qualquer dos cargos. Especialistas se contradizem no básico e dão margens a aumento da desconfiança. Veja a polêmica da hidroxicloroquina: droga defendida no combate à Covid-19 por médicos experientes, foi condenada por artigo na revista científica "The Lancet". Gerou proibições e incertezas. Esta semana, a mesma revista voltou atrás no que dissera e se retratou. Só!
Bolsonaro exibe-se durante encontros informais em Brasília (sem máscara) e reafirma que o país vive uma neurose com o coronavírus; briga com a TV Globo, mostra-se pelas ruas sem máscara e acena, em 'live', com ampliação da ajuda emergencial aos sem trabalho, como aquele 'que vende churrasquinho de gato' na praia. Grandes veículos de comunicação estão em 'pé de guerra' com o presidente e tomam abertamente posicionamento feroz contra o governo. Desnorteada em plena crise de medo, a população só quer viver o dia-a-dia. Sem se sentir violentada com aproveitadores que continuam desviando somas vultosas que salvariam vidas.
A propósito, o relatório final da CPI da Santa Casa de Jacareí, encerrado esta semana, confirma que milhões de reais em recursos públicos foram 'para o ralo' desde que a entidade foi encampada pelo Município há exatos 17 anos. Saúde, por sensibilizar mais a opinião pública, recebe o segundo maior volume das verbas oficiais. Também por isto é cercada o tempo todo pelas 'hienas institucionais' mais famintas e vorazes.
É a nossa opinião.
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