Ainda não era o momento
O que mais impressionava nesse franciscano era a disposição incansável de ajudar ao próximo com realizações acima do normal.
Pior que a presença dos maus é a ausência dos bons, diz um ditado. Realidade que cada vez mais temos de enfrentá-la a contragosto no Brasil, principalmente no setor de saúde e amparo social. Na quarta-feira (5) fragilizou-se ainda mais o 'clube dos desamparados da sorte' na região, notadamente em Jacareí e Caçapava, com a morte do Frei Vittório Infantino, internado que estava havia 10 dias na UTI do hospital que ajudou fundar na década de 1980, o São Francisco de Assis.
O que mais impressionava nesse franciscano era a disposição incansável de ajudar ao próximo com realizações acima do normal, tanto para angariar recursos quanto para executar as obras necessárias aos projetos. Malu Porto Mello, arquiteta que projetou a primeira fase do São Francisco, conta que era impressionante a confiança que benfeitores tinham em colaborar. 'Foi assim com a doação do terreno, o início das obras da primeira fase do prédio, mais tarde com as UTIs Neo Natal, Pediátrica e Adulto'.
Frei Vitório era famoso principalmente pelo seu 'modus operandi' (jeito de realizar seus trabalhos) assistenciais, no que, sem dúvida, a construção desse hospital de referência em Jacareí e região foi o mais relevante. Anos depois, ao afastar-se do funcionamento direto da instituição, ele assumiu por um tempo a Secretaria de Saúde de Jacareí, a convite do então prefeito Benedicto Sérgio Lencioni (BSL), atividade que exerceu por cerca de um ano; não era do 'chamado' de Vitório atuar nessa área.
Ele também fundou em 1987 a Cepac - Associação 'Criança Especial' de Pais Companheiros -, suprindo uma falta de que Jacareí sofria na assistência a crianças com deficiências severas. Frei Vitório mudou-se para Caçapava onde atuou na ONG Conviver, também dedicada ao atendimento de carentes e lutava para a construção de um hospital naquela cidade. Ainda não era o momento, entretanto.
É a nossa opinião.
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