Balanço do governo de transição
A sensação que ficou da véspera do Dia das Bruxas é que, de lá para cá, a cadeira presidencial parece vaga.
Quem desconfiava da urna eletrônica teve quatro anos para tomar providências. Não o fez e, depois de aceitar participar da eleição, teve por coerência de engolir a legitimidade do resultado expelido.
A sensação que ficou da véspera do Dia das Bruxas é que, de lá para cá, a cadeira presidencial parece vaga. O atual titular não deu mais as caras nem para comer cachorro-quente na barraquinha.
Já o ex e futuro Presidente resolveu de pronto tirar uma semaninha de férias com a esposa na Bahia, pois ninguém é de ferro. Vencido o prazo, resolveu esticar a folga mais uns dias. Seu entusiasmo de voltar a governar é mesmo contagiante.
Nesse interim, o carismático vice ficou responsável pelo início das medidas de transição. Formou uma equipe multifacetada e numerosa, com alguns famosos na mídia e outros nos meios policiais.
Tudo indica que o novo governo aumentará a quantidade de ministérios. Um dos inéditos a ser criado é o dos povos originários, novidade que caiu no gosto dos apreciadores das modernidades terminológicas.
Após regressar do Nordeste, o ex e futuro Presidente dirigiu diatribes ao mercado financeiro, pegou carona em jatinho de empresário com ações na Bolsa e foi ao Egito se apresentar como defensor do meio ambiente e exterminador da pobreza.
Enquanto isso, um dos principais nomes escolhidos para a transição na pasta da Economia pediu as contas antes mesmo de aquecidas as turbinas. Paralelamente, outras duas célebres apoiadoras faleceram logo após fazer o L.
Agora, concentram-se os esforços na aprovação da PEC da Gastança, para valorizar os investimentos sociais, independentemente dos recursos orçamentários aportáveis até 2026.
A Sexta República ganhará modelo novo de gestão, 'nunca visto na história deste país': o ex e futuro Presidente concentrará atividades na chefia de Estado, enquanto o carismático vice exercerá a função de governo, um primeiro-ministro jabuticaba.
Os descontentes permanecem nas manifestações, mas está chegando a Copa do Mundo. Como no auge do Regime Militar, a Seleção pode ser o ópio do povo, só que desta vez em prol dos outrora subversivos. Ironia do destino, voltas que o mundo dá.
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