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A difícil arte da medicina

A difícil arte da medicina

Enquanto a profissão atrai mais interessados, a realidade dos médicos é cada vez mais desencorajadora.  

O número de faculdades de Medicina no Brasil cresceu vertiginosamente em poucos anos. Desacompanhado da garantia de ensino de qualidade, lastimavelmente.

Enquanto a profissão atrai mais interessados, a realidade dos médicos é cada vez mais desencorajadora, não bastasse ser inerentemente árdua (privação de sono, pressão pelo risco à vida alheia).

Caligrafia é antiga imposição legal aos médicos (Lei nº 5991/73, art. 35), e o legislador federal há quase uma década ainda conspira para lhes impor emissão de receitas digitadas e impressas.

Mesmo o inocente televisor ligado em sala de espera virou caso de polícia por violação de direitos de imagem e autorais, com correlata condenação a indenizar na esfera cível.

Promotorias de justiça recebem frequentemente relatos de médicos que foram vítimas de desfalque financeiro por parte de suas próprias secretárias e descobriram o crime pelas câmeras do consultório.

Outrora conceituados como saída viável a médicos e enfermos, os planos de saúde paulatinamente reduziram a remuneração dos relevantes serviços prestados, até patamares indignos.

Não existe salvação. Empresas do segmento securitário e cooperativista, sobretudo as locais, de pequeno e médio porte, faliram. Esse inevitável tempo das vacas magras expande-se implacável e individualmente aos médicos.

As demais profissões de saúde (que, aliás, congrega muitas pessoas frustradas no sonho da Medicina) invadem despudoradamente o ato médico e colocam a vida de pessoas em risco.

Nem mesmo no combalido SUS (fadado ao fracasso por seus defeitos congênitos), o físico idealista tem refresco, bombardeado pela concorrência desleal de mão de obra estrangeira barata e despreparada.

Na luta do rochedo contra o tsunami, sobra para o pobre marisco. Mais que hospital, gigantes farmacêuticos e poder público, o alvo fácil da ganância dos processos de erro médico está vestido de branco.
Foi-se o tempo que o médico era valorizado. Atualmente, se for respeitado já pode se dar por satisfeito: muitos (nada) pacientes chegam atrasados, acusam infundadamente e maltratam quem pode lhes curar.

São muitos desafios na Medicina. E só tendem a aumentar. Já que poucos homens os valorizam, que Deus proteja esses profissionais, inspirando-os na importante missão destinada, pois dela fatalmente todos precisaremos. 

 

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Quinta, 25 Abril 2024

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