O cronista Stanislaw Ponte Preta escreveu no jornal Ultima Hora, há 50 anos, que se sentia "um dos homens mais ricos do Brasil", naquela data, porque chegava ao final do mês com a situação financeira zerada. Ou seja, sem um tostão no bolso, mas também sem um centavo de dívida. Vivíamos, como atualmente, tempos difíceis. Havia desemprego crescente e inflação galopante. Hoje, não temos inflação galopante, mas temos ex-presidentes da República presos, acusados de assaltar o país, e cerca de 12 milhões de desempregados; naquela época, desconfiava-se que a maioria da classe política era corrupta, hoje temos certeza dessa corrupção e desconfiamos que ela não seja praticada apenas pelos políticos.

Citamos esse panorama um tanto sombrio para concluir: há cidades, embora poucas, que podem ser classificadas 'entre as melhores do Brasil' – Jacareí, por exemplo – pelo fato de poder comemorar mais um aniversário com as finanças controladas, como todas, porém livre de quem lhe possa roubar o pouco que sobra e o muito que espera vir a ter. É um grande consolo.

Não teremos um mês inteiro de festas ao sabor 'falsa alegria'. Basta-nos uma semana alegre de comemorações simples e com a sensação de estarmos caminhando bem. Ainda não temos (ainda) uma terceira ponte para veículos, mas vamos inaugurar um parque de acesso ao Viveiro Municipal que nos convida a uma caminhada bucólica nestas lindas tardes de outono. Vivemos entre gente amiga que cumprimenta sorrindo até quem não conhece e faz o migrante sentir-se em casa desde a hora que chega.

O Rio Paraíba anda meio abandonado, é verdade. Sua água, meio turva. Mas continuamos tendo um rio urbano. Parafraseando Sérgio Moro, "que importa a cor do rio se ele mata qualquer pessimismo ao nos lembrar de Aparecida"?! Com certeza, evocar essa história jamais permitirá que percamos a esperança. Parabéns Jacareí pelos 367 anos.

É a nossa opinião.