Pela valorização da carreira
Nos dias atuais os relatos de agressões físicas ou verbais nas escolas, em salas de aula ou fora delas são constantes.
A educadora veterana, Maria Guimarães, sempre que provocada conta uma história de anos atrás quando iniciava a carreira e fora designada para dirigir uma escola em certo bairro de Jacareí considerado 'da pesada', que tinha aulas noturnas. Ante as demonstrações de preocupação de professores, alunos e pais, ela tomou a iniciativa de dirigir-se a certo grupo de adultos que costumava reunir-se nas imediações do prédio e por ali permanecer 'batendo papos' muitas vezes até tarde.
Sem rodeios, falou aos estranhos da preocupação que os professores tinham em vê-los por ali, e a resposta foi surpreendente: 'fique tranquila, professora, nós também estamos preocupados com vocês, e por isto sempre que podemos ficamos por aqui'. De fato, explica a educadora, 'durante os anos em que estive lá ninguém nos incomodou'.
Bons tempos. Nos dias atuais os relatos de agressões físicas ou verbais nas escolas, em salas de aula ou fora delas são constantes. Em Jacareí, uma professora, do 3º ano da EMEF Maria Luiza Vasques, do bairro Rio Comprido (região leste), foi agredida por duas mulheres que invadiram a sala de aula, em plena tarde, por volta das 16h do último dia 3. Este é um dos motivos do próprio Ministério da Educação entender que a queda da procura dos estudantes pela carreira de professor esteja diminuindo, a ponto de permitir a previsão de que poderá faltar profissionais em curto espaço de tempo.
Por isto, é recebida com certo alívio a notícia de que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal aprovou, na última quarta-feira (18), uma proposta que estabelece regras gerais para valorização dos profissionais da Educação Básica pública, como planos de carreira e condições de trabalho. O Projeto de Lei, de iniciativa da então deputada federal Dorinha Seabra (União-TO), fora enviado pela Câmara onde tramitava desde 2018, e agora – finalmente – segue para análise no Plenário. Já não é sem tempo.
É a nossa opinião.
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