Já ouvimos falar em 'fogo amigo', aquele que, numa guerra' significa bombardear ou atirar (por engano) nos companheiros da batalha. Em Jacareí, está surgindo outra modalidade, embora não menos perigosa no resultado. A prática foi batizada de 'fogo de estimação', ou seja, 'com ele ninguém mexe', ou deixam-no fazer um bom estrago antes que apague por si próprio.

Talvez até seja por isto que a unidade local do Corpo de Bombeiros passou a ser um apêndice de São José dos Campos, apesar do crescimento da cidade e do número de incêndios em potencial ou registrados.

Exemplo: inúmeras queimadas ocorreram em um terreno baldio no Jardim Liberdade, a uma das margens do Rio Paraíba, em frente à lateral da capela de Nossa Senhora Aparecida. Ali serve de esconderijo para consumo de drogas, 'motel' a céu aberto e outras práticas estranhas já consolidadas.

O local é colado no estacionamento de dois edifícios e abriga cerca de 30 automóveis separados da área 'incendiável' por um muro simples. Como o mato vizinho não é cortado, as queimadas são altas e constantes. Ali, os Bombeiros não atendem mais. Na antepenúltima, no final do ano passado, chegou uma viatura depois de quase duas horas do chamado; na penúltima – no início deste ano – limitou-se a dizer, pelo telefone, que não havia perigo, que os moradores 'ficassem tranquilos' e nem foi. Por sorte, o vento soprava em sentido contrário.

No último fogaréu (cuja fumaça era vista no Jardim Luiza) limitaram-se a avisar a Defesa Civil para que atendesse a ocorrência, o que aconteceu uma hora e meia depois. O incêndio apagara-se por si, não sem antes ameaçar a vizinha unidade de captação do SAAE.

Talvez seja melhor mapear, ao menos, os 'incêndios de estimação' de Jacareí e treinar moradores a 'se arranjarem sozinhos' contra fatalidades. Que a cidade tome cautelas de como agir em caso de perigo iminente envolvendo tais pontos aparentemente 'de estimação'.

É a nossa opinião.