Deus ainda é brasileiro?
Vivemos tempos de internet em que a comunicação está 'no bolso de cada um e na bolsa de cada uma'.
O presidente Jânio Quadros, cujo mandato durou pouco mais de seis meses, renunciou ao cargo em 25 de agosto de 1961 culpando supostas 'forças ocultas' que não lhe deixavam exercer a contento o mandato iniciado em 31 de janeiro do mesmo ano. Ele garantia que tais inimigos existiam de fato, e só não eram revelados por razões óbvias de sua natureza de viverem nas sombras. Outros, mais realistas, diziam que Jânio acertara ao decretar a proibição das rinhas de galo, mas não fora feliz ao proibir o uso de biquinis nas praias brasileiras. Estes dois atos teriam provocado temor de que outras ações semelhantes, contrárias ao estado democrático de direito, poderiam vir nos próximos anos de governo. Assim, suspiraram aliviados com a 'providencial' renúncia.
Vivemos tempos de internet em que a comunicação está 'no bolso de cada um e na bolsa de cada uma' e – parece – em nada colabora para que saibamos o que o que 'de fato' se passa na cabeça dos detentores do poder. O curioso é que a maioria deles escancara suas pretensões com afirmativas nunca antes confessadas abertamente neste país e, ao contrário do que se imaginava, mais confundem que esclarecem: foi Lula candidato tomando iniciativas de mandatário antes mesmo de ser diplomado, 'negociando' medidas importantes que poderão valer para os próximos quatro com um Congresso a ser modificado em 60 dias, e por aí vai...
Em princípio, tais atitudes não provocariam muita preocupação, a não ser pela falta de ética, se fossem tomadas com naturalidade, e até com uma compreensível euforia de campanha e da vitória. Todavia, o que se assiste demonstra que há buracos mais embaixo; bem mais embaixo!
Felizmente, não se cogita – garantimos – em proibir o uso do biquini em nossas praias, sem falar na possibilidade otimista de atingirmos o 'Exa' no Qatar. Deus ainda é brasileiro?! Esperamos que sim.
É a nossa opinião.
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