Dos livros de cabeceira, lidos pela maioria dos políticos de carreira, o preferido é 'A arte da guerra'. Muitos nem chegam ao fim por preguiça mental, mas levam consigo pelo menos um exemplar. Escrito há 2.500 pelo estrategista, general e filósofo chinês Sun Tzu, a obra inspira não apenas guerreiros propriamente dito, mas todo aquele que quer conquistar ou manter-se indefinidamente no poder. Mais tarde vieram os autores da chamada 'autoajuda', uma espécie de 'turma do deixa disso', e amenizou o conteúdo adequando as armas e o palavreado à realidade moderna, porém o foco é o mesmo. Do fio da espada à ponta da língua a ordem é 'ganhar o poder mesmo perdendo eleições ou a moral.

Não é preciso – nem adiantaria – entrar em mais detalhes. Temos a certeza de que você é uma leitora ou um leitor por dentro dos assuntos atuais, e que já faz comparações com os dias de hoje para tirar conclusões revoltantes desse emaranhado de problemas nunca antes vivido neste país. Abordamos o assunto pelo fato oportuno que decididamente poderá colocar o Brasil nos eixos ou bagunçá-lo definitivamente: estamos a um ano exatamente das eleições de 2022.

Muito tempo?! Engano. Temos quatro meses de outras incertezas pela frente – três para completar as preliminares da vacinação e um das férias anuais –, depois outro mês de carnaval, cuja volta já foi anunciada 'por gente de palavra' para ano que vem. Nenhum estrategista político é maluco de podar a festa do povo em ano eleitoral. Restarão seis meses para uma campanha que tudo indica será uma das mais aguerridas do 'estado democrático de direito'.

Será 'dentro das quatro linhas' da coerência?! Melhor o eleitor botar mais linhas nisso e, igual à militância política, apelar à leitura. Não sobre a arte da guerra ou de autoajuda, mas de 'Os poderes da mente'. Pode até não funcionar, mas é o que restou ao povo.

É a nossa opinião.