A conta de erros passados
Reverter situações requer o dobro do esforço exigido para aqueles que aceitam naturalmente as novidades.
As inovações que vêm acontecendo no mundo nos últimos tempos impõem uma adesão cada vez maior de participantes preocupados em acompanhá-las, se quiserem sobreviver socialmente. Não há como fugir. Desde sempre é comum pessoas dizerem abertamente que jamais irão participar 'dessas coisas' modernas. Sem dúvida tal rejeição ainda se verifica, embora em escala cada vez menor. Porém, uma observação mais atenta mostra ainda haver muito de uma lenta resistência em aderir às tecnologias inovadoras.
O maior entrave está ligado de maneira sutil às velhas imperfeições verificadas há muito no ensino básico brasileiro ainda sem qualquer sinalização de melhora em curto prazo. Embora a dificuldade esteja em grande parte no complicado funcionamento do sistema educacional, é evidente a resistência em atitudes que leve a reverter o quadro e produzir melhoras.
Quem pode hoje não aderir a cartões bancários, internet, movimentações financeiras feitas fora da instituição bancária? A dificuldade, entretanto, está em convencer muitos usuários – digamos – rebeldes de tantos benefícios que podem advir do estar 'de bem' com a modernidade.
Assim como a histórica rejeição à leitura, por exemplo, resultou em um grande número de profissionais 'incompletos' em termos de qualidade de trabalho, esta mesma rejeição impediu-os incentivar a ler a muitos outros jovens seus descendentes ou dependentes.
Veio a tecnologia e, a exemplo do que houve com a leitura, surgiram os não voltados a ela oriundos talvez daqueles mal formados da 'pouca leitura'. Igualmente, apareceu daí outra leva de 'resistentes' a tudo o que se referisse ao assunto.
Reverter situações requer o dobro do esforço exigido para aqueles que aceitam naturalmente as novidades. Pior de tudo, enfim, é que má formação também leva à inércia, à falta de iniciativa, ao atraso e à consequente perpetuação de uma categoria de deslocados funcionais. Infelizmente, tudo indica que chegamos à era de pagar a conta dos erros do passado. E a que preço!
É a nossa opinião.
Comentários: