Quarta, 03 Setembro 2025

Conheça o problema cardíaco que ataca principalmente as mulheres

Geraldor no peito

Conheça o problema cardíaco que ataca principalmente as mulheres

Pacientes podem ter exames normais e ainda sofrer risco; saiba como identificar e tratar a tempo.  

As doenças do coração foram responsáveis por mais de 237 mil óbitos no Brasil, em 2024. Foto- Freepik/Ilustração

Mais de 932 mil pessoas morreram no Brasil, em 2024, por causas relacionadas à saúde, violência ou acidentes. As doenças do coração ocupam o topo da lista, sendo responsáveis por mais de 237 mil óbitos, segundo dados do Painel de Monitoramento da Mortalidade, do Ministério da Saúde.

Agora, um novo exame para avaliação de angina microvascular está disponível no Brasil, e o Hospital São Marcelino Champagnat, de Curitiba (PR), é um dos pioneiros na realização.

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"É comum atendermos pacientes com dor no peito ou isquemia causada por obstrução nas grandes artérias, algo que conseguimos diagnosticar e tratar por meio do cateterismo. No entanto, há um percentual significativo de pacientes, principalmente mulheres, que apresentam artérias normais, mas cujo problema está na microcirculação, formada por artérias microscópicas que não são visíveis no cateterismo e que podem sofrer obstruções capazes de causar dor no peito", explica a cardiologista Sarah Fagundes.

Cerca de 70% dos pacientes com esse problema são mulheres, o que está diretamente relacionado a fatores anatômicos, hormonais e meniscos fisiopatológicos distintos que envolvemDisfunção microvasculare alteração da vasorreatividade.

"Alterações nos níveis de estrogênio, comuns após a menopausa, afetam o equilíbrio da vasodilatação arterial. Doenças autoimunes e processos inflamatórios crônicos — mais prevalentes entre as mulheres — também comprometem o endotélio e a reatividade dos vasos. Além disso, as artérias femininas, em geral mais finas e tortuosas, podem dificultar a circulação sanguínea", destaca a cardiologista.

Investigação deve priorizar grandes
artérias coronárias, diz especialista

A investigação da angina microvascular deve ser considerada pelo médico em pacientes com sintomas típicos de angina ou equivalentes anginosos, ou ainda em casos de isquemia identificada por exames como cintilografia do miocárdio, ecocardiograma de estresse ou ressonância magnética, mas sem evidências de obstruções nas principais artérias coronárias.

No check-up, esse exame não é indicado. "Nem todos os pacientes precisam realizá-lo. A prioridade inicial é avaliar as grandes artérias coronárias, pois elas representam a causa mais comum de angina (dor no peito) e isquemia (falta de circulação sanguínea). Somente quando estão normais e os sintomas persistem é que se justifica investigar a microcirculação, um processo mais detalhado e, muitas vezes, invasivo", ressalta a médica Sarah Fagundes, cardiologista do Hospital São Marcelino Champagnat, de Curitiba-PR.

Confirmar o diagnóstico é fundamental para direcionar o tratamento e melhorar o prognóstico de uma possível doença de coração. Sem a identificação correta, é comum que os pacientes tenham múltiplas internações e se submetam a repetidos cateterismos sem alterações relevantes, enquanto a causa real dos sintomas está na microcirculação.

O tratamento inclui medicamentos específicos para a disfunção microvascular, aliados ao controle rigoroso de fatores de risco cardiovascular, como hipertensão, dislipidemia (colesterol alto), diabetes e obesidade. A prática regular de atividade física e mudanças no estilo de
vida são pilares essenciais para melhorar a função endotelial e a saúde das artérias.

"Tratar a causa exata, e não apenas os sintomas, é a chave para reduzir as crises de dor no peito e prevenir complicações futuras", finaliza a especialista. 

 

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