Seriedade cidadã faz falta
Tudo poderia ser diferente se houvesse rigor no planejamento dos gastos, mas até o momento isto parece longe de ser adotado.
Exageros têm limites, mesmo em se tratando de Brasil. Uma rápida espiada nestes primeiros dias de 2024 mostra-nos claramente que a atitude imperiosa de nosso país em querer mostrar-se ao mundo como 'esperança do futuro' já não convence tanto quanto antes. Desde a intenção recente de criar o 'Museu da Democracia', às justificativas incompreensíveis da impossibilidade em atingir a meta do prometido 'déficit primário zero' este ano, temos a impressão de que a realidade não quer colaborar com as 'boas intenções' do nosso governo. Óbvio que o dito museu irá direcionar a história recente de acordo com os interesses dos personagens que ilustrarão a 'mostra democrática' exposta.
Em outro canto do Brasil, em Pernambuco, ressuscita-se a refinaria Abreu Lima, empreendimento que fora o estopim do escândalo da Lava Jato, consumiu qualquer coisa acima de 18 bilhões de dólares e não ficou pronta até hoje.
Misturado a fatos assim, assistimos cenas inéditas de invasões de competências entre autoridades dos três poderes; polícia vasculhando gabinetes de deputados federais, discussões intermináveis quanto adoção ou não de câmeras em uniformes de policiais, cobrança ou isenções de imposto sobre salário de pastores, acusações de supostas espionagens contra a Abin (Agência Brasileira de inteligência), a lista é longa.
Ao contrário de muitos anúncios de apertos financeiros, as dotações de dinheiro para emendas parlamentares, num total de R$ 53 bilhões, já aprovadas pelo Congresso, somadas aos cerca de R$ 5 bilhões para os partidos distribuírem a seus candidatos nas eleições deste ano, ameaçam deixar o caixa do país raspado, se não houver captação extra de recursos. (O PL de Jair Bolsonaro receberá cinco vezes mais do que recebeu na campanha presidencial; já o PT terá o dobro dos recursos que recebeu em 2020).
Tudo poderia ser diferente se houvesse 'seriedade-cidadã' no planejamento dos gastos, mas até o momento isto parece longe de ser adotado.
É a nossa opinião.
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