Pare de lavar as mãos
Convenhamos que se há uma atitude urgente a tomar no país é a de meditar
Na sexta-feira (21), o Brasil comemorou o 'Dia da Nacional da Meditação'. Convenhamos que se há uma atitude urgente a tomar no país é a de meditar para onde estamos sendo levados por quem deveria nos defender. Ao invés disto, o que vemos é a turma do 'quanto pior melhor' a nadar de braçada enquanto nossos defensores – a exemplo de Pilatos – lavam as mãos.
Vem de longe. Em 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros encerrava sete meses na Presidência com uma carta de renúncia. Consta que ele esperava um levante contra a iniciativa, mas a população lavou as mãos. Não foi o primeiro. Em 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas punha fim à mais longa carreira presidencial brasileira com um tiro no coração.
São exemplos de um amplo esquema de poder, e reações a ele, que a cada dia manifesta 'condenação sumária' de quem não reza por certa cartilha perniciosa. Sábia, ante a impotência de agir por conta própria, a população faz o que lhe resta: lavar as mãos. Antes, as eleições eram um porto de esperança a um refreamento dessa gana devastadora. Infelizmente, este direito democrático supremo está sendo ferozmente posto em dúvida não apenas no Brasil, diga-se.
Seria cansar o leitor repetirmos aqui barbaridades como os 14 milhões de desempregados e os milhares de empregadores falidos, perante as quais assembleias estaduais e câmaras de municípios lavam as mãos freneticamente; idem para a não punição por desvios de bilhões em dinheiro destinados ao combate à Covid-19, dentre outras mazelas desse tipo. Não à toa que o estresse fez com que Jair Bolsonaro quase é citado como 'ex-presidente' no maior jornal televisivo do País.
Precisamos, urgentemente, parar de lavar as mãos para realidades como a de um senador da República – Humberto Costa (PT/SP) – afirmar em repercussão nacional por TV, Internet e que tais, que o Brasil faz divisa com o México. Nem aluno de primário diria isso.
É a nossa opinião.
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