Assim como nos acostumamos a andar com sapato que machuca o pé, de tanto vivermos situações inadequadas acabamos por achar que o ruim é normal. Constatamos isso pelos inúmeros escândalos de corrupção revelados todos os dias pela mídia, dos quais, se antes desconfiávamos da existência, passamos a ter certeza. Vivemos durante muito tempo resignadamente como se não houvesse outro jeito de se organizar uma sociedade.

Um 'calo urbano' com o qual já nos acostumamos é a quantidade de calçadas ruins nas quais pisamos há tanto tempo e deles só nos damos conta quando sofremos um tropeção. Calçada é responsabilidade do proprietário do imóvel, mas cabe ao município exigir o cumprimento das normas legais para sua construção. O problema é que elas, calçadas, são muitas; os que deveriam zelar pela construção e manutenção, votam.

Antônio Alves de Moraes, vereador CMI (Câmara da Melhor Idade), é autor da indicação de número 001-CMI/2018, ao prefeito Izaías Santana (PSDB), em que sugere um plano de 'recuperação, desobstrução, nivelamento e, se possível, padronização das calçadas de Jacareí', cujo estado precário oferece riscos à população. Moraes vai além ao incluir no pacote a substituição de árvores cujas raízes destroem o passeio público e atrapalham o caminhar.

Com mais de 60 anos, ele sente na pele o problema, como tantos idosos, ao ser obrigado a passar pela Rua Dom Pedro II, de péssimas calçadas, quando vai ao SIM (Serviço Integrado de Medicina) ou a clínicas particulares nesse trajeto. O mesmo acontece em semelhantes pontos na região central e bairros da cidade.

Ao Jornal Piratininga (AM 750), o prefeito disse não ter chegado até ele a indicação de Moraes, porém prometeu examiná-la tão logo a receba. Se a iniciativa surtir efeito prático, vai mostrar que as 'câmaras paralelas' são no mínimo removedoras eficazes de calos administrativos crônicos.

É a nossa opinião.