Segunda, 11 Novembro 2024

Receita básica: cultura e velocidade

EditorialMundo digital

Receita básica: cultura e velocidade

Há crimes tão ou mais graves praticados aos milhares contra a vida brasileira na desinformação exposta na rede

 Se você tiver de pesquisar na internet solução para problema de saúde, mesmo que seja uma simples orientação alimentar, cuidado. As informações são quase tão controvertidas quanto as 'análises do sistema político brasileiro' encontradas na mesma fonte. É um assunto que passa batido a todos nós.

Assistimos a uma discussão surrealista sobre medidas tomadas por ministros do Superior Tribunal Federal (STF) contra essas notícias falsas da internet. Desanima-nos que as providências de agora devem-se ao fato ter sido contra a suprema corte.

Há crimes tão ou mais graves praticados aos milhares contra a vida brasileira na desinformação exposta na rede sobre providências básicas à manutenção da própria saúde. A vereadora, Doutora Márcia (PV) de Jacareí, comentou certa vez que incentiva um programa preventivo desse tipo. Mas, apesar dos esforços louváveis, as adesões dos próprios interessados são baixas. Questão de cultura. Candidato nenhum faz propaganda política prometendo trabalho na prevenção. Provavelmente, desconhecem que esgoto a céu aberto, alimentação mal conservada, barulho em excesso em momentos de descanso e tantos outros, são tão prejudiciais à saúde, tal como os vírus que nos ameaçam anualmente. Legislativos, executivos e – vemos agora – judiciário, têm outras preocupações quanto a medidas que beneficiem diretamente o cidadão comum.

Médicos reclamam que cada vez mais pacientes chegam ao consultório com a receita prescrita 'tirada da internet' – isto quando vão ao consultório. Assim, combater falsas informações sobre a saúde física e mental precisa entrar urgentemente na pauta dos legisladores sérios, de todas as esferas enquanto os temos sérios.

Se cortes de despesas ajudam no equilíbrio financeiro do país, cortes ou omissões na saúde com a mesma perspectiva são fatais. Quem sabe agora, com as supremas autoridades atingidas, possamos ter esperança de uma reversão nesse quadro. Pelo menos com o aumento da velocidade das tomadas de decisões dos legisladores e dos que julgam.

É a nossa opinião. 

 

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