Segunda, 25 Agosto 2025

Quando o berro substitui o bom senso

Editorialmau exemplo

Quando o berro substitui o bom senso

Um mau exemplo de como figuras públicas — que deveriam zelar pela ética, respeito e civilidade — podem falhar em todos esses aspectos.  

Nesta última semana, o Brasil assistiu, estarrecido, a um episódio que ultrapassou os limites da política e invadiu o campo da vergonha pública. A discussão acalorada entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, expôs não apenas uma crise política, mas uma ruptura familiar que se desenrolou aos olhos da nação — aos berros, sem pudor ou compostura.

O pano de fundo da briga foi o processo judicial que Bolsonaro enfrenta, acusado de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Eduardo, por sua vez, teria se envolvido em articulações internacionais que, segundo a Polícia Federal, buscavam retaliações contra o Brasil. O que poderia ser uma conversa reservada entre pai e filho sobre estratégias e consequências tornou-se um espetáculo de gritos e acusações mútuas, com direito a xingamentos como "ingrato do c..." vindo do próprio deputado.

A entrada do pastor Silas Malafaia na confusão, também investigado por suposta coação de ministros do Supremo Tribunal Federal, apenas agravou o cenário. Sua participação, longe de apaziguar os ânimos, parece ter contribuído para o caos, ignorando completamente o impacto público e institucional da cena.

Mais do que um episódio político, o que se viu foi um exemplo lamentável de como figuras públicas — que deveriam zelar pela ética, pelo respeito e pela civilidade — podem falhar em todos esses aspectos. A troca de ofensas entre pai e filho, em plena crise judicial, pode revelar não apenas um desgaste do bolsonarismo, mas também a fragilidade das relações humanas quando o poder se sobrepõe ao afeto.

A sociedade brasileira merece mais. Merece líderes que saibam dialogar, mesmo em desacordo. E famílias que, mesmo sob pressão, não se esqueçam do respeito. Na prática temos ainda pouco mais de um ano pela frente. É suficiente? Quaisquer respostas não passarão de meros palpites dependentes da consideração que de verdade é devotada ao sofrido cidadão brasileiro,

É a nossa opinião. 

 

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