Depois de 21 anos de intervenção municipal, altos e baixos em relevantes serviços prestados à comunidade, a Santa Casa de Jacareí voltará às origens, desligada da Municipalidade, e sob a responsabilidade de provedoria específica. Caberá à receptora, a missão de cuidar de seu destino daqui para frente. Será a primeira vez no país que uma intervenção do tipo será quebrada.

A proposta de devolução do hospital foi feita cinco anos atrás ao Comitê Gestor, durante o primeiro governo Izaias Santana (PSDB), com o Município sem condições de assumir com o montante de dívidas acumuladas consideradas 'impagáveis'.

Acordo feito, Projeto de Lei específico foi enviado à Câmara Municipal em regime de urgência e deve ser aprovado, segundo a provedora Maria Luiza Porto Mello (Malu), para quem é preciso que os prefeitos assumam e vez o compromisso de construção de um hospital municipal'. Malu diz que as dívidas atuais acumuladas durante a intervenção, por maior que sejam – a atual administração não as divulga –, 'foram feitas pela mesma direção interventora'. Ela espera aprovação unânime do projeto pelos vereadores.

Iniciada em 1850, a história da Santa Casa de Jacareí é repleta de marcos importantes. Naquele momento do Século 19, o atendimento era para '10 mil almas', como a provedora faz questão de lembrar; 'hoje são 260 mil, pois o atendimento contempla também Santa Branca e Igaratá. A Santa Casa foi o primeiro hospital na extensão Rio/São Paulo, e o primeiro do Brasil a realizar cirurgia de vesícula.

Para Malu, o atendimento a idosos não é simples necessidade momentânea, 'é também uma vocação hoje dificultada pela ocupação dos leitos, que deveriam ser oferecidos por um hospital municipal', destaca. No próximo 3 de abril, aniversário da cidade, o prefeito Izaias deverá anunciar oficialmente a devolução da Santa Casa à sua condição origem.

Que a medida seja novo marco no atendimento do hospital.

É a nossa opinião.