Se, em algum momento do passado, feriadão numa quarta-feira foi ocorrência desejável para amenizar um pouco a enxurrada de más notícias que quase sempre assola o nosso dia-a-dia, o deste ano correspondeu às expectativas. Uma parada geral de meio da semana sempre ameniza, como amenizou, a invasão negativa do período.

Por exemplo, deu para 'curtir' a privatização da Sabesp, pela Câmara Municipal de São Paulo, o que mostra ainda existir independência de iniciativas de governadores no exercício dos respectivos cargos. Tal aprovação possibilita o leilão da transferência de gestão já para julho desse ano.

Ao contrário, o aparente desrespeito à norma constitucional que proíbe propaganda eleitoral fora do período, cometido pelo mandatário maior da nação, ao pedir voto para um dos candidatos em evento sindical público, escancara o tom que já pretendem dar às eleições municipais deste ano. Que os atingidos se movam a tempo de evitar danos maiores.

Houve até comemorações com a notícia de que o Brasil melhorou sua imagem de crédito perante a comunidade internacional, passando de 'estável' para 'positiva'. Escalada ainda pífia, mas é o que temos. A avaliação foi da Mood's, agência que observa a capacidade dos países que tomam dinheiro emprestado em saldar compromissos financeiros.

Outros imbróglios marcaram a semana o que, talvez, mexa com os sentimentos da nação como um todo, frente à catástrofe pluviométrica que se registra no Rio Grande do Sul, que já matou mais de 30 moradores de cidades ribeirinhas e desalojou milhares.

E nem os jovens escaparam. Neste domingo (5) haverá prova do Enem. Até sexta-feira (3), não havia esperanças de que ela fosse adiada, ao menos para os moradores das regiões atingidas. Indiferente a isto, o tempo parece não estar disposto a trégua; a previsão de chuvas fortes por lá é de até a próxima quarta-feira (8), sem falar no calorão também previsto na região centro-oeste, e com recordes históricos. Pior: sem feriados nas quartas-feiras seguintes.

É a nossa opinião.