A caminho do ‘Menos Médicos’
Outra vez fica exposta a fragilidade do conjunto, com a falta de entrosamento entre as peças do SUS
A saída dos 39 profissionais cubanos do 'Mais Médicos', de Jacareí, em decorrência do cancelamento do convênio entre Cuba e o Brasil em âmbito nacional, coloca de novo na berlinda o assunto saúde pública, sempre citado como um dos mais preocupantes de qualquer governo. Outra vez fica exposta a fragilidade do conjunto, com a falta de entrosamento entre as peças do SUS (Sistema Único de Saúde) como um todo. O fato é tão preocupante quanto seria uma eventual incompetência dos cubanos da área, questão levantada pela recusa daquele país que seus médicos submetam-se a exame de validação do diploma.
O certo de um funcionamento entrosado (que se espera de um 'sistema') seria preocupar-se maciça e inicialmente com atitudes ou ações de prevenção contra doenças. Estudos mostram que hábitos saudáveis que incluam alimentação correta, atividades ao ar livre, práticas sociais lúdicas, sono corretamente durável, dentre outras, diminuiriam em 25% as buscas de alívio a doenças nos postos médicos, e a baixos custos.
A médica e vereadora Márcia Santos (PV), na quarta-feira (21), em conversa informal na copa do Legislativo durante pequena pausa da sessão, mostrava que ali, num simples encontro fortuito, as quatro pessoas presentes cometiam quatro erros alimentares com a ingestão de 'açúcar, pão de farinha branca, margarina e o próprio cafezinho'. Márcia, que também se dedica à prevenção de doenças em idosos, lamentava que 'quase ninguém se preocupa com o que ingere'.
Portanto, o atual problema, que levará à substituição de médicos cubanos por outros profissionais humanamente contratados, precisaria ter em conta a utilização de todas as práticas de manutenção da saúde das famílias assistidas. Caso contrário, estaremos trocando 'seis por meia-dúzia' num universo carente de centenas de profissionais conscientes. Pior: estaremos aumentando cada vez mais essa falha no sistema. Melhor batizá-lo de uma vez de 'Menos Médicos'.
É a nossa opinião.
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