Proclamação da República
Dois anos de nulidade administrativa. Mesmo quem procura bastante não encontra um feito relevante dos atuais gestores.
A prolixa Constituição desta que é a 6ª República brasileira foi mais uma vez retalhada. Já foram mais de 140 emendas, sinal de que foi malfeita e não se sustenta ao longo do tempo.
A arte politiqueira da vez foi proibir os mais dispostos a trabalhar o suficiente para fazer seu pé de meia. O governo é composto por gente que gosta de CLT, mas que sente ojeriza ao avistar uma para si.
Na mesma semana, o STF foi evacuado após a explosão de automóvel repleto de fogos de artifício, estacionado nas imediações. Seus membros, oriundos de indicação política, sabem o respeito e a estima que lhes devota a população.
No auge do rombo orçamentário, o Chefe do Executivo faz questão de trocar seu avião por um novinho em folha, e de quebra comprar mais um para os voos ministeriais.
Dois anos de nulidade administrativa. Mesmo quem procura bastante não encontra um feito relevante dos atuais gestores, fora a volta galopante da inflação. Não há política pública de longo prazo, planejamento não existe.
A meta restringe-se a acordar vivo amanhã, mas não é para qualquer um. Disso, por exemplo, não pode se gabar o Congresso Nacional, reduzido à indigência institucional pelo ativismo judiciário de alta cúpula.
A República foi proclamada em XV de Novembro de 1889, sem apoio popular, pelo adoecido Marechal Deodoro da Fonseca, fruto de golpe militar conspirado na Escola do Exército do RJ, por seu professor Benjamin Constant, militante do Positivismo.
A tradição brasileira de moderno parlamentarismo monárquico constitucional foi apagada por uma sequência de variados regimes invariavelmente instáveis e, muitas vezes, corruptos.
Desde então, são feitos malabarismos para tentar tapar o sol com a peneira, à base de muita manipulação histórica e ideologias nefandas ao futuro das próximas gerações.
Desenvolvimento real só existe mediante estabilidade institucional e continuidade das políticas públicas. É bem o calcanhar de Aquiles das Repúblicas artificiais de sabor banana.
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