Deu a louca no mundo
É raro o dia de expediente em que não aparece um doido de pedra nas repartições públicas em geral, sinal da mudança dos tempos para pior.
Há vinte anos, era muito raro um alienado dar as caras sozinho na promotoria ou no fórum. Aparecia um por ano ou, no máximo, dois casos anuais (um por semestre) de atendimento ao público de loucos.
Infelizmente, hoje em dia, o panorama mudou. É raro o dia de expediente em que não aparece um doido de pedra nas repartições públicas em geral, sinal da mudança dos tempos para pior.
O Código Civil de 1916 os tratava de 'loucos de todo gênero', que são basicamente divididos em dois grandes grupos: os esquizofrênicos e os paranoicos.
Os esquizofrênicos sofrem desintegração do pensamento lógico, não falam coisa com coisa. Já os paranoicos padecem de mania de perseguição, acham que tem um chip espião implantado na cabeça ou no celular.
Sem dúvida alguma, dada a natureza investigativa dos órgãos judiciários, o perfil mais comum de alienado que busca atendimento em promotorias e delegacias é o paranoico.
Outro tipo inexistente em ambiente público, duas décadas atrás, mas que hoje aterroriza frequentemente o trabalho das repartições é o de mulheres acima de 40 anos, com transtorno de personalidade limítrofe.
Elas mantêm por completo a lucidez, mas extrapolam suas emoções raivosas. São capazes de falar as maiores barbaridades que a Humanidade é capaz de ouvir e recusam-se a reconhecer a necessidade de tratamento.
É difícil um leigo sondar as causas de afloramento de tantos casos, porém é certo relacionar a escalada patológica com o movimento antimanicomial que assolou o país, depois das Diretas Já.
O ambiente libertário que se instalou na sociedade não é lá muito afeto à solidariedade humana. O 'libera geral' virou prioridade para a elite festiva e o restante dos problemas é da família, esta que se vire.
Enquanto isso, os chamados de surto viram 'delivery' do SAMU à Santa Casa, que já coleciona 13 pacientes imprevisíveis, abandonados, agressivos e que, de vez em sempre, quebram tudo por lá.
Comentários: