Em 'Vovô foi embora, mas deixou muita história', uma criança tenta compreender a perda do avô de forma amorosa e singela.
A memória afetiva, mesmo depois de anos, pode contribuir de diferentes maneiras para as vivências no mundo. Francine Cruz é um exemplo dessa construção de experiências positivas desde a infância: quando era menina, escutava as histórias de seu avô com entusiasmo. Cresceu e precisou lidar com a perda dele, mas agora o homenageia por meio da carreira como escritora e do livro 'Vovô foi embora, mas deixou muita história'.
A obra infantil retrata a visão de uma criança sobre o luto. Apesar da tristeza, a protagonista lembra da personalidade do avô e das lembranças que compartilhou com ele. Ao se recordar de maneira amorosa, percebe os contrastes de geração: o homem preferia viajar de trem, enquanto o mundo gosta de avião; a sociedade tem pressa, mas o parente sempre estava calmo.
A personagem evoca, ainda, as narrativas eternizadas pelo parente, que buscava valorizar o folclore brasileiro a partir da contação de lendas como a Mula Sem Cabeça, o Saci e o Pedro Malasartes. Essa relação com a cultura do país é proposta também pelas ilustrações criadas por Débora Bacchi.
Para que 'Vovô foi embora, mas deixou muita história' chegue ao maior número de pessoas, o conteúdo foi pensado de forma inclusiva, considerando a Lei Brasileira de Inclusão. A fonte ampliada das palavras tem o objetivo de alcançar os mais de 6 milhões de brasileiros com baixa visão ou visão subnormal, de acordo com o IBGE.
Segundo a autora, o livro, que está sendo lançado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura, da Prefeitura Municipal de Curitiba, pode ser um auxílio para conversar com crianças sobre o luto. Ela explica: "pela ordem natural da vida, normalmente os avós são os que partem primeiro e são, muitas vezes, o primeiro contato das crianças com essa situação de perda e luto de alguém próximo. Tocar neste assunto com crianças não é uma tarefa simples, porém se faz necessário".
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Onde comprar: Donizela.