Lula defende esforço para ‘recuperar atraso na educação’
Ex-presidente diz que, sem acesso à internet e computadores, crianças da periferia brasileira foram prejudicadas durante a pandemia.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quarta-feira (26) que se faça um esforço para recuperar o atraso que alunos pobres tiveram por causa da falta de estrutura para acessar aulas virtuais no período de pandemia. Em entrevista à CBN Vale, Lula lembrou que, sem acesso à internet e computadores, crianças da periferia brasileira foram prejudicadas por um período de praticamente um ano meio sem aulas adequadas. Confira a íntegra da entrevista, clicando aqui.
"Vamos ter de fazer um esforço enorme, chamar os educadores, fazer um mutirão, utilizar o que tiver de instrumentos para que a gente possa recuperar essa falha e colocar as crianças no mesmo padrão educacional. Temos que garantir que tenham a mesma qualidade de educação, que aprendam as mesmas coisas, essa é uma das preocupações que eu tenho", afirmou.
POBRE NO ORÇAMENTO
Lula defendeu também a inclusão do pobre no orçamento e dos ricos no imposto de renda, como medida de estimulo ao consumo, à geração e emprego e ao crescimento.
"Se colocarmos o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda, se tivermos uma política de inclusão social que faça com que o pobre tenha dinheiro para ir ao mercado, para comprar um short, um vestido, um sapato, um caderno, a economia vai crescendo por si só. Não tem outra mágica. Não tem essa de plano emergencial para gerar emprego".
CONVERSA COM A SOCIEDADE
De acordo com o ex-presidente, para consertar o país, será preciso muita responsabilidade, muita seriedade, muito juízo e muita conversa com a sociedade. "Você tem que ouvir os trabalhadores, os artistas, o povo que está querendo casa, que está querendo terra, que está querendo emprego. Por isso, fiz 74 conferências nacionais para discutir políticas públicas e para ter certeza de que a sociedade estava participando".
ECONOMIA
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o país está com a economia atrofiada, sem capacidade de investimento, o que prejudica todos os brasileiros, destrói a educação e o futuro do país. "O Brasil está muito mais desestruturado do que em 2003", afirmou.
Ele lembrou que o atual governo reduziu a quase zero o orçamento da Ciência e Tecnologia e está levando as universidades à falência. "Estamos com a economia atrofiada. O Estado não tem capacidade de investimento. O Estado está permitindo a falência das universidades. O Estado diminui quase a zero o orçamento da Ciência e Tecnologia. O desafio agora é recuperar a economia."
O ex-presidente disse que é preciso eleger em 2022 um conjunto de deputados que tenham uma visão mais social e mais humanista do país. Para Lula, o problema não é ganhar as eleições, é conseguir consertar o país.
Lula defende debate de ideias e
repudia disseminação de fake news
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a realização de eleições pautadas no diálogo e no debate de ideias, ao invés de disseminação de fake news, que, para alguns críticos, 'é marca do atual governo'. Para ele, o debate de ideias é interessante para mostrar quem vai resolver os problemas da população.
Em entrevista à CBN Vale, nesta quarta-feira (26), Lula disse que leu na imprensa recentemente que o presidente Jair Bolsonaro conta sete mentiras por dia e afirmou que o Brasil não pode estar subordinado à mentira.
"O Brasil está precisando de verdade, de fraternidade, de amor, de solidariedade, de carinho, de livro didáticos, não de armas, não de fuzis, espingarda ou pistola. O povo brasileiro não quer ser pistoleiro nem voltar ao Velho Oeste. Queremos ter livro, acesso à cultura, não ficar treinando tiro ao alvo".
O ex-presidente lembrou que já foi testado pela população. "O povo brasileiro me conhece desde 1978. Eu tenho uma história que é pública, meus inimigos já me vivaram do avesso e eu sempre faço a política pautada (na verdade)…quando eu estou falando com vocês, eu estou falando com a dona de casa, com uma família que está no carro e eu não tenho direito de mentir para uma criança, esse mundo está precisando da verdade. É esse país que me proponho a discutir durante o processo da campanha".
Lula afirmou ainda que é preciso recuperar o Brasil – que vive situação muito pior do que em 2003, quando ele iniciou o primeiro mandato.
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