Câncer de pênis provocado pelo HPV, também merece atenção, diz médico
A taxa de infecção pelo HPV (papiloma vírus humano) na região genital atinge 54,4% das mulheres e 41,6% dos homens.
A taxa de infecção pelo HPV (papiloma vírus humano) na região genital atinge 54,4% das mulheres e 41,6% dos homens. Os resultados são da pesquisa nacional sobre o tema, encomendada pelo Ministério da Saúde e feita por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS). O cenário reforça a importância da vacinação contra o HPV, política pública em que a pasta vem redobrando investimentos desde o início da atual gestão.
Mais de 90% dos casos de câncer de colo de útero são causados pela infecção pelo HPV. A vacinação contra o HPV pode levar o câncer de colo de útero a ser extinto do nosso meio. Outros tipos de cânceres são também associados ao HPV, entre eles, câncer de pênis, câncer de vagina, de vulva, de canal anal, boca e orofaringe.
O mestre e Ph.D. em Oncologia, Dr. Wesley Pereira Andrade, adverte que o mês de conscientização para a prevenção do câncer de próstata também deveria abordar uma maior conscientização contra o HPV, e também estimular a vacinação contra esse vírus.
"Além das prevenções usuais como uso de preservativos, há uma vacina contra o Papilomavírus que previne os cânceres relacionados ao HPV. A vacinação, em geral, se inicia antes do início das atividades sexuais", afirma.
Novo protocolo do MS estabelece a
vacina contra o HPV em dose única
O novo protocolo do Ministério da Saúde que começou a vigorar em 2024 estabelece a vacinação contra o HPV em dose única (antes eram duas doses) para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos.
A recomendação de dose única segue as novas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), com base em diversos estudos que observaram a importante proteção alcançada com apenas uma aplicação da vacina. Outros 37 países passaram a aplicar essa mesma conduta de imunização com dose única.
A expectativa, com dose única para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, é aumentar o número de pessoas imunizadas contra o vírus.
Para as meninas, a idade da vacinação é a partir dos nove anos. Já para os meninos, a partir de 11 anos. Os efeitos mais satisfatórios vão até os 45 anos. Após os 45 anos a vacina também poderá ser realizada, entretanto, quanto mais idade o indivíduo tiver, menor eficácia tem esta vacinação", alerta o oncologista.
O médico Dr. Wesley Pereira Andrade, mestre e Ph.D. em Oncologia, destaca a saúde integral dos homens, que além das doenças oncológicas, podem ter naturalmente, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares como Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ou seja, nesse mês precisamos chamar a atenção para a saúde integral do homem.
"Os homens precisam se cuidar mais. Só para termos uma ideia da diferença da expectativa de vida entre homens e mulheres, a de vida dos homens é de 73,1 anos, enquanto a das mulheres é de 80,1 anos. Isto é, as mulheres vivem, em média, sete anos a mais que os homens", afirma.
O câncer de pênis tem baixa prevalência na população masculina em geral, correspondendo a cerca de 2% de todos os casos de câncer que afetam os homens.
"A doença tem uma das maiores incidências no mundo nas regiões norte e nordeste do Brasil devido a alguns hábitos comportamentais locais", adverte o médico que frisa, "muitos pacientes com câncer de pênis irão necessitar de amputação do pênis quando descoberto em fases avançadas, o que traz sérias consequências físicas, urinárias, sexuais e psicológicas ao homem", reforça.
Os principais fatores de risco são infecção pelo HPV (vírus transmitido pelo ato sexual), bem como questões referentes à higiene do pênis, circuncisão e tabagismo.
As medidas mais efetivas na prevenção do câncer de pênis são: vacinação contra o HPV, uso de preservativo, melhores práticas de higiene local e parada/suspensão do tabagismo.
SERVIÇO
Dr. Wesley Pereira Andrade
Ph.D.,em Oncologia, além de mastologista e cirurgião oncologista. Dr. Wesley Pereira Andrade é médico titular da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e médico titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
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