Mais de 3,8 mi de votos foram para candidatos com pendências judiciais
SUB JUDICE
No primeiro turno das eleições, realizada no último domingo (2), mais de 3,8 milhões de votos foram dados pelos eleitores brasileiros a candidatos ainda sem registro de candidatura deferido pela Justiça Eleitoral. Esses candidatos apareceram sub judice nos sistemas eleitorais, o que significa que, apesar de terem o nome na urna, suas candidaturas encontram-se ainda pendentes de alguma decisão judicial.
JACAREÍ
É o caso, por exemplo, do ex-vereador de Jacareí, Fernando da Ótica (PP), que disputou uma vaga à Assembleia Legislativa de São Paulo. Ele recebeu na cidade 3.557 votos e, em todo o estado, um total de 3.862 votos. Fernando teve o registro negado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), mas ainda aguarda julgamento de recurso.
REGRAS ELEITORAIS
Todos os votos dados a candidatos sub judice ficam numa espécie de suspensão, ao aguardo da decisão definitiva sobre a concessão ou não do registro da candidatura. Os votos sub judice são considerados para o cálculo dos percentuais na divulgação dos resultados, mas não entram, por exemplo, na conta feita para calcular quantas cadeiras caberá a cada partido na Câmara dos Deputados e nas assembleias estaduais, o chamado quociente partidário.
VOTOS VÁLIDOS
Somente se o candidato vier a ter o registro deferido em decisão definitiva, seus votos passam a ser válidos, contando tanto para ele como para a contabilidade do quociente partidário, no caso das eleições para deputado federal e estadual ou distrital. Porém, se o registro for negado em definitivo, tais votos ficam permanentemente nulos, sendo retirados inclusive da contabilização final da eleição, o que pode alterar os percentuais dos votos válidos recebidos pelos eleitos.
FILAS
O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, disse que a instituição está tomando as medidas necessárias para evitar que os eleitores enfrentem filas no segundo turno das eleições, a ser realizado em 30 de outubro. No domingo (2), eleitores de diversas seções eleitorais em todo o país reclamaram de imensas filas para votar. As filas também foram observadas pela missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que acompanhou a votação no Brasil.
ABSTENÇÃO
Dos 156 milhões de eleitores que estavam aptos a votar, 123 milhões (80%) compareceram às urnas. A abstenção foi de 20,95%, número que está na média registrada em eleições anteriores, segundo o ministro. Foram registrados 118 milhões de votos válidos, 3,4 milhões de nulos (2,82% do total) e 1,9 milhão de brancos (1,59%).
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