Na década de 8O, a Universidade de Harvard convidou o ator Burt Ward, que completará 8O anos em 6 de julho, a palestrar sobre o seriado 'Batman' (1966-68), onde interpretava Robin. O ator topou. Levou à faculdade o traje original do personagem, àquela época avaliado em US$ 5OO mil. Alguns estudantes o recepcionaram. Estavam vestidos como seguranças. Disseram que manteriam a indumentária em local protegido.

Enquanto o artista discursava, a certa altura um aluno se levantou, no meio da plateia. Perguntou, inspirado no vilão Charada: 'Quando uma fantasia não é fantasia? Quando é roubada!'. As luzes diminuíram. Estava tudo bem ensaiado. Os jovens fugiram levando a vestimenta. Após tirarem fotos com ela, telefonaram a Ward. Devolveram o valioso uniforme. Conan O'Brien, que mais tarde ficaria famoso como comediante, apresentador de TV, foi o autor da 'brilhante' ideia do plano mirabolante – ele era dos quadros de Harvard, estudante, editava o jornalzinho de lá. Moleque travesso.

Em sua trajetória, o apelido de Robin, 'Menino Prodígio', coube sempre bem a Ward. Nos esportes, destacou-se no futebol, atletismo, luta livre, taekwondo. Foi membro de clube de xadrez. No filme 'A Primeira Noite de um Homem' (1967), chegou a ser considerado ao papel que depois ficou com Dustin Hoffman. 'Minha participação em Batman me atrapalhou nisto', confessou em seu livro de memórias. Havia preconceito, porque a série era tida como 'humorística demais', sem seriedade.

Aliás, ao ser escolhido, em outubro de 1965, para encarnar o parceiro de Batman, papel este que ficou com Adam West, Burt Ward assinou contrato a ganhar, como salário, apenas US$ 35O dólares por semana. Não era só isso. Por ter de filmar várias sequências arriscadas – ao contrário de West, Ward não tinha dublê – foi parar muitas vezes no pronto-socorro. Depois de 2 anos, o programa foi cancelado devido aos altos custos. Ele, então, atuou em fitas de pouca expressão. Fundou, com a esposa, ONG de proteção animal.