O streaming do SBT disponibilizou meses atrás mais uma película sobre sua história. Depois de brindar o público com documentários sobre Silvio Santos, Gugu, Jô, Carlos Alberto de Nóbrega e Cristina Rocha, chegou a vez de Bozo ser focalizado. Com o título de 'Sempre Rir', trecho da música de encerramento da atração, conta como se deu a vinda ao Brasil (é dos EUA) e a escalada de sucesso do programa de TV, no ar de 1979-1991, que ganhava da TV Globo em audiência.

Há entrevistas com quem vestiu a fantasia azul-vermelha: Luiz Ricardo, Arlindo Barreto, Marcos Fiel, Edilson Oliveira revelam como conseguiram o papel, testes e curiosidades. Para quem sabe a história do programa, o filme também narra como se deu a discussão, que acabou em sopapos, entre Ricardo e Barreto, ambos vestidos de Bozo. "Depois a gente fica pensando e dá risada daquela imagem: duas pessoas fantasiadas de Bozo trocando socos", diz Sônia Abrão. "Tinha muita briga de egos. Um não falava o bordão do outro. Se antes havia uniformidade e a criançada não notava a diferença entre Bozos, a partir das rivalidades começou a ficar escancarado as distinções. Todos se davam bem na equipe, só os Bozos não se entendiam entre si", conta Luiz Ricardo, entre gargalhadas.

Wandeko Pipoca, morto em 2024 (aos 73 anos), e Décio Roberto, 1991 (aos 33) são lembrados. Wandeko foi quem primeiro deu vida a Bozo no Brasil, na TV Record-TVS, aprovado por Larry Harmon, dono dos direitos autorais do palhaço. Ex-participantes, como Gibe (Papai Papudo), Valentino Guzzo (Vovó Mafalda) e Pedro de Lara (Salci-Fufu), já falecidos, surgem em boas recordações.

A fita aponta que o declínio começou quando a TV Globo contratou Xuxa, em 1986. "Com ela não teve jeito. Mesmo tendo estreado na Manchete, 3 anos antes, era cara nova", diz Luiz. Mostra ainda porque a retomada do programa, tempos atrás, não funcionou. Duração dos 2 episódios: 130 minutos. Cotação: bom.