Segunda, 01 Setembro 2025

Grande roteiro

Grande roteiro

Tudo começa com a demissão de Howard Beale (Peter Finch), locutor de noticiário, devido aos baixos índices do jornal.  

O jornalista André Barcinski recomentou o filme 'Rede de Intrigas' (1976, Prime) em seu canal no youtube. Segundo ele, 'melhor roteiro já escrito ao cinema'. Como não havia assistido, topei a sugestão. Não me arrependi. Dirigido por Sidney Lumet, a trama aborda desde o sensacionalismo barato a alavancar a audiência de programa de TV até o dilema entre saber qual é (e se há) a linha que divide a sanidade da loucura.

Tudo começa com a demissão de Howard Beale (Peter Finch), locutor de noticiário, devido aos baixos índices do jornal. No ar, ao vivo, sabendo do 'bilhete azul', Beale anuncia: cometerá suicídio na próxima edição. Devido a isso, os números começam a crescer. O apresentador é readmitido. Fica livre a dizer o que quiser. Vira o 'Profeta Louco'. Arrasta multidões. Passo a passo, vemos sua transformação: homem possuído por algo que não sabemos. Talvez nem ele. Até que seus 'recados' em seu show, que passa a levar seu nome, começam a ficar incômodos aos chefes, que agora precisam detê-lo imediatamente.

O elenco é espetacular: além de Finch, ganhador do Oscar de melhor ator (morreu 3 meses antes da cerimônia – foi o 1º prêmio póstumo da Academia), estão no filme William Holden (também indicado a ator), como Max Schumacher, colega de Beale no canal, Faye Dunaway (ganhadora do Oscar de atriz) na pele de Diana, workaholic inveterada, Robert Duvall (Frank, diretor do canal), Ned Betty (Jensen, empresário de comunicação), indicado a coadjuvante, e Beatrice Straight (Louise, esposa de Max), que conquistou a estatueta de coadjuvante aparecendo apenas 5 minutos no filme.

O script de Paddy Chayefsky, claro, abocanhou o troféu de roteiro original. Durante a fita, há um narrador que conduz a história de forma quase burlesca, domando a seriedade para moldá-la ao cômico, sem 'perder a ternura'. Tanto que a última frase do filme (sem spoilers) é crua e, ao mesmo tempo, perfeita. Duração: 121 minutos. Cotação: ótimo. 

 

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