Muita gente associa Al Pacino, que completou 85 anos em 25/4, a filmes que viraram clássicos – alguns até mesmo cult. Cito casos da trilogia de 'O Poderoso Chefão' (1972-74-90), 'Um Dia de Cão' (1975), 'Scarface' (1983), 'Perfume de Mulher' (1992), 'O Advogado do Diabo' (1996) e 'O Informante' (1999). Claro que também se meteu em furadas, como 'Simone', 'Insônia' (ambos de 2002) e 'Um Domingo Qualquer' (também de 1999) – é sobre este último que me debruço neste espaço. Dirigido por Oliver Stone, a fita se arrasta por quase 3 horas, sendo que poderia ter sido resolvida num tempo de jogo de futebol: 90 minutos.

O roteirista, John Logan, deseja nos mostrar os bastidores do futebol americano, com dilemas de atletas, perseguição a treinadores, influência da imprensa e artimanhas dos donos das equipes – tudo num ambiente controlado como autêntico negócio que rende lucros de milhões (ou bilhões) de dólares a cada temporada. Na trama, Pacino interpreta Tony D'Amato, técnico do time de Miami. Numa partida, Rooney (Dennis Quaid), veterano jogador, dos principais da equipe, sofre grave lesão.

Tony convoca o jovem Willie Beaman (Jamie Foxx), reserva sem brilho, para substituir o astro. A fim de aproveitar a chance que caiu do céu, o novato brilha em campo, para a sua própria surpresa inclusive, e garante seu lugar nos confrontos seguintes, tornando-se peça fundamental às sucessivas vitórias. Isto acalma o 'professor', inquieto e tenso por conta dos novos donos do clube, dentre eles Christina (Cameron Diaz), empresária empedernida que insiste em se intrometer nas decisões esportivas de Tony. 'Um Domingo Qualquer', apesar do elenco de peso, peca, como citei, pela extensa história, que faz o público se cansar logo.

E me passa a sensação de que o ambiente estava 'carregado', com desencontros entre os artistas. Pacino, indicado 9 vezes ao Oscar, seja por Melhor Ator ou Melhor Coadjuvante, conquistou apenas 1, por 'Perfume de Mulher'. Duração: 165 minutos. Cotação: regular.