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Caoa Chery quer demitir e diz que lay-off ‘não se adequa à legislação’

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Caoa Chery quer demitir e diz que lay-off ‘não se adequa à legislação’

Empresa afirma que a restruturação da fábrica e maquinário, em Jacareí, demandarão maior espaço de tempo.  

Funcionários da Caoa Chery durante assembleia na quarta-feira (11), em Jacareí. Foto- Roosevelt Cássio/Sindmetal

A montadora Caoa Chery, que recentemente anunciou a suspensão das atividades de sua fábrica em Jacareí e a demissão de cerca de 480 trabalhadores, disse neste sábado (14) que a aplicação do lay-off de cinco meses (com três meses de estabilidade), proposta pelo Sindicato dos Metalúrgicos, não se adequa à atual legislação. Em nota, a empresa afirma que as partes não devem utilizar tal expediente, 'pois a restruturação do estabelecimento e maquinário, demandarão maior espaço de tempo'.

"O lay-off, admitido na legislação brasileira, destina-se aos casos de suspensões das atividades com rápida retomada da produção e do trabalho.Não devem as partes usar desse expediente utilizando-se de benefícios e de verbas públicas para remunerar seus empregados, quando têm ciência prévia de que não retomarão as atividades em curto espaço de tempo", informa.

De acordo com a empresa, todos os esforços possíveis estão sendo realizados, e que segue negociando com 'propostas econômicas efetivas e mais vantajosas aos empregados'.

A empresa afirma ainda que solicitou ao Sindicato que submeta aos seus representados a proposta de indenização adicional aos empregados, que poderá alcançar o teto máximo de 15 salários base para aqueles com sete anos ou mais de vínculo, em 01 de março de 2022, e, no mínimo, 7 salários (para aqueles com até 2 anos de contrato). "Aguardaremos para o início da semana a resposta do sindicato e de seus representados. Caso mantido o impasse com custos adicionais, a empresa será obrigada a declinar a proposta", reforça.

A Caoa Chery confirma que o fechamento da linha de produção de veículos em Jacareí decorre do contexto internacional e, também, da necessidade da empresa se adequar às novas tecnologias, visando a produção no Brasil de veículos elétricos.

Por fim, a empresa informa que os empregados vêm recebendo seus salários desde de março de 2022, embora tenha ocorrido a extinção das atividades da fábrica de Jacareí. Ela diz que na época da decisão, sempre em constante negociação, outro lay-off já havia sido proposto pelo Sindicato, mas a empresa aguardou a complementação de seus estudos, buscando a negociação efetiva. "Como não será possível retomar as atividades da fábrica da forma como ela se encontra, o sistema proposto não corresponde à realidade fática em questão", finaliza.

Sindicato diz que empresa aceitou
proposta e suspendeu demissões

Na última quarta-feira (11), o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região anunciou que a demissão em massa na montadora de veículos estava suspensa até o fim de 2022. Segundo o Sindicato, a proposta de layoff apresentada pela entidade foi aceita pela empresa e aprovada em assembleia, naquele mesmo mesmo dia.

Procurada para comentar o assunto, a Caoa Chery informou apenas que continuava em negociação com o sindicato da categoria, sem confirmar, de fato, a suspensão do processo de demissões.

Ainda segundo a entidade que representa a categoria, o programa de cinco meses de layoff a partir de 1º de junho e mais três meses de estabilidade foi negociado na terça-feira (10) pelo Sindicato, em reunião com a empresa.

"Com o acordo, cerca de 480 empregos estão garantidos até janeiro. Nesse período, os trabalhadores receberão seus salários na íntegra e continuarão com planos de saúde. Parte da remuneração é paga com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador)", anunciou.

PERMANÊNCIA
O Sindicato defende que os modelos Arrizo 6 e Arrizo 6 Pro continuem sendo produzidos na planta de Jacareí. Já a Caoa Chery diz que pretende importar o modelo da China.

Ainda de acordo com o Sindicato, a campanha contra o fechamento da linha de montagem da fábrica inclui, principalmente, "pressionar os governos federal, estadual e municipal para que proíbam o fim das atividades na cidade", afirma. Nesse sentido, o Sindicato já protocolou uma proposta de projeto de lei na Câmara Municipal de Jacareí para proibir o fechamento da montadora.

Se o fechamento da unidade se confirmar, somente para o setor de autopeças o impacto deve ser de R$ 37 milhões. Os dados são do Ilaese (Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos).

 

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Quarta, 24 Abril 2024

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