Caso Daniel Alves: médico explica como depressão atinge jovens
Depressão em adolescentes pode ser mais perigosa, afirma o psiquiatra Flávio Henrique Nascimento.
O caso de estupro contra uma jovem de 23 anos envolvendo o jogador de futebol Daniel Alves, na Espanha, ocorrido no fim do ano passado, provocou polêmica nas redes sociais. O jogador está preso desde o dia 20 de janeiro e teve seus pedidos de liberdade negados.
No entanto, com a prisão do jogador, sua ex-esposa revela que a filha do jogador, que recentemente completou 16 anos, teve seu perfil marcado na conta oficial de Daniel Alves com áudios do jogador gravados da cadeia parabenizando a filha, o que fez com que ela sofresse uma série de ameaças e passasse a ter depressão.
"Minha filha não quer falar com ele, e ele não aceita a rejeição. Ela está sendo medicada para tratar depressão. Nunca impediria meus filhos de falarem com o pai se eles quisessem, mas eles não querem", afirmou Dinorah Santana, ex-mulher de Daniel Alves.
EM ADOLESCENTES
A depressão durante a adolescência precisa de uma atenção especial pois o jovem ainda está em um processo de desenvolvimento, afirma o psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento. "A depressão pode atingir pessoas de qualquer idade e cada vez mais a sua incidência sobre os adolescentes tem sido maior, o que é preocupante pois ela se soma a uma série de problemas típicos da fase, como variações de humor e crises emocionais, o que pode torná-la ainda mais nociva", comenta.
O especialista afirma ainda que, durante essa fase, o jovem ainda não tem totalmente desenvolvido o seu cérebro ou suas habilidades sociais e emocionais, "o que pode torná-lo mais vulnerável a quadros mais graves da doença", ressalta.
"Por isso, a depressão em adolescentes precisa de uma atenção especial e um tratamento direcionado e especializado, assim como o apoio familiar, que se torna um grande pilar do tratamento para pessoas nessa idade e permite uma melhor recuperação para o paciente", finaliza o médico.
SERVIÇO
Sobre Dr. Flávio H. Nascimento
Dr. Flávio Henrique é formado em medicina pela UFCG, com residência médica em psiquiatria pela UFPI e mais de 10 anos de experiência na área de psiquiatria. Diagnosticado com superdotação, tem 131 pontos de QI o que equivale a 98 de percentil e é membro do CPAH - Centro de Pesquisa e Análises Heráclito como pesquisador auxiliar.
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