Mais de 6 mil sudestinas vão receber diagnóstico de câncer de colo do útero
Levantamento aponta que 6.020 mulheres dos quatro estados da região Sudeste vão ser acometidas esse ano pela doença.
Levantamento realizado pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), na base de estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em alusão à campanha 'Setembro em Flor', aponta que 6.020 mulheres dos quatro estados da região Sudeste vão ser acometidas esse ano por câncer de colo do útero.
A doença causada pela infecção pelo HPV, pode ser prevenida com vacina disponível no SUS. Somando com os outros dois mais comuns tipos de câncer ginecológico - ovário e corpo do útero (endométrio) - são previstos 13.830 novos casos no ano.
O câncer de colo do útero é o mais comum entre os tumores ginecológicos, tendo como causa as infecções pelo papilomavírus humano (HPV), em especial dos tipos 16 e 18, para os quais há vacina disponível, gratuitamente, no Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar disso, seguem elevadas as taxas de incidência (número absoluto de novos casos) e prevalência (número de casos para cada 100 mil pessoas) entre as mulheres dos quatro estados da região sudeste.
A estimativa é que 6.020 sudestinas tenham recebido o diagnóstico de câncer de colo do útero até o final de 2024.
POR ESTADO
A maior prevalência de câncer de colo uterino é observada no Rio de Janeiro, com 11,76 casos para cada 100 mil fluminenses. A mais baixa é observada em São Paulo, com 7,58 casos para cada 100 mil.
Em relação à incidência, o maior número é registrado em São Paulo, com 2.550 casos. O menor número de incidência é registrado no Espírito Santo, com 260 casos.
O levantamento, que foi feito pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) na base de estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), é um alerta alusivo à campanha Setembro em Flor, de conscientização sobre câncer ginecológico.
"A região sudeste apresenta números bem preocupantes, fazendo com que sejam realizadas melhorias na área da saúde, especialmente em tumores ginecológicos", ressalta a oncologista clínica e vice-presidente do EVA Graziela Zibetti Dal Molin e oncologista na Beneficência de Portuguesa de São Paulo.
2024 deve registrar mais de 13,8 mil
cânceres entre mulheres do Sudeste
Somando a incidência de câncer de colo do útero com os outros dois tipos mais comuns de cânceres ginecológicos (corpo do útero/endométrio e ovário), são esperados 13.830 novos casos em 2024 entre as sudestinas.
O Rio de Janeiro registra a maior prevalência de câncer de endométrio (7,64 casos para cada 100 mil), enquanto a maior prevalência de câncer de ovário é observada em São Paulo (5,48 casos para cada 100 mil).
Em todo o país, o câncer ginecológico é um dos mais incidentes nas mulheres, sendo que os três órgãos do sistema reprodutor feminino mais acometidos por tumores malignos somam 32,1 mil novos casos anuais, representando 13,2% de todos os casos de câncer diagnosticados nas brasileiras.
Do total de mulheres do país que recebem, anualmente, o diagnóstico de algum câncer ginecológico, a maioria apresenta tumores de colo do útero: são aproximadamente 17 mil novos casos previstos para 2024.
Em seguida está o câncer de corpo do útero (endométrio) com 7.840 casos, seguido por câncer de ovário com 7.310 casos. O câncer de ovário é o tipo de tumor mais mortal entre os ginecológicos e frequentemente descoberto em estágio avançado.
Outros dois tipos, câncer de vulva e vagina, também entram nesse grupo, mas para eles não há dados nacionais oficiais de novos casos por ano.
IMUNIZAÇÃO CONTRA HPV
A vacina contra o vírus HPV é recomendada para as crianças e adolescentes de 9 a 14 anos; pessoas de 9 a 45 anos vivendo com HIV/Aids, em tratamento de câncer, submetidas a transplantes, com imunodeficiência primária ou erro inato da imunidade, pessoas imunocompetentes de 9 a 45 anos vítimas de violência sexual.
O HPV é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), que em 90% dos casos é contraído por meio do contato sexual, genital ou oral. O HPV é tão comum que afeta quase 80% das pessoas sexualmente ativas.
Além de representarem a causa de câncer de colo do útero - o tumor ginecológico mais incidente nas mulheres brasileiras - os HPVs oncogênicos também estão associados com outros tipos de tumores malignos.
De acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, o número de casos de câncer associados ao HPV por tipo de câncer é de 75% para câncer de vagina, vulva (69%), pênis (63%), ânus (91%) e orofaringe/garganta (70%).
SERVIÇO
SETEMBRO EM FLOR
A campanha 'Setembro em Flor' foi criada em 2021 pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA). A partir desse movimento, em 29 de novembro de 2023 a deputada Renilce Nicodemos (MDB/PA) apresentou o Projeto de Lei 5782-2023, para incluir no calendário nacional a campanha, para conscientização sobre os tumores ginecológicos durante o nono mês do ano.
O símbolo da campanha é uma flor, com pétalas de diferentes cores, sendo que cada cor representa um dos cinco tumores ginecológicos (colo uterino, corpo uterino, ovário, vulva e vagina). A flor é um símbolo de vida, pureza, feminilidade, fertilidade, o que representa bem a mulher.
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